Apenas quatro jornadas, um sem número de histórias. A temporada ainda agora começou mas o Campeonato já leva várias histórias menos habituais para contar. Com isso, geram-se mais comentários. Por isso, há mais comunicados. E, agora, surge uma nova forma que ainda não tinha sido vista: o contra comunicado. Foi isso que aconteceu esta segunda-feira, com o FC Porto, que empatou aos 90+19′ na receção ao Arouca, a fazer um desmentido ao texto que tinha sido feito de manhã por parte do Conselho de Arbitragem da FPF.
FC Porto pede anulação do jogo com Arouca e alega “má conduta” da equipa da arbitragem
“Na sequência do comunicado enviado pelo Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol relativo ao incidente verificado com o VAR no jogo FC Porto-Arouca, vem a FC Porto esclarecer o seguinte: não corresponde à verdade que a tomada elétrica disponível na zona de revisão do estádio não possuísse energia socorrida. Esta tomada possui fonte de alimentação UPS (Uninterrupted Power Supply). Para além da UPS, a própria tomada possui uma chave específica que garante que a mesma só é utilizada para o sistema VAR”, começa apontar o FC Porto num comunicado de oito pontos colocados no site oficial do clube.
Comunicado ????⚪
Em causa o incidente com o VAR no FC Porto-Arouca
???? https://t.co/A8I5lfFEhT#FCPorto pic.twitter.com/x1u9Wy8XbI— FC Porto (@FCPorto) September 4, 2023
“Também não corresponde à verdade que a tomada em questão seja a única disponível na área de revisão do estádio. Junto desta existe um outro quadro elétrico com uma outra tomada disponível para utilização, conforme se pode verificar pela foto subsequente. Acresce, ainda, que não foram detetadas quaisquer falhas de energia no decorrer do jogo (antes, durante ou após o mesmo). A este propósito, refira-se que a obrigação do FC Porto se esgota na disponibilização de uma fonte de energia para que os técnicos da Altice, contratados pela FPF, aí conectem o cabo de alimentação destinado aos equipamentos do VAR, o que aconteceu, sendo que toda a responsabilidade de montagem do sistema e ligação de cabos é daqueles profissionais”, prosseguiram os azuis e brancos, detalhando as explicações sobre o assunto.
[Ouça aqui a análise do ex-árbitro Pedro Henriques no programa Sem Falta da Rádio Observador]
“Sucede que o referido cabo, conectado na origem à fonte de energia do estádio disponibilizada pelo FC Porto, não foi conectado aos equipamentos do VAR, levando a que o sistema tenha estado a funcionar suportado por baterias desde o início do jogo. Tal facto foi reconhecido pelos próprios técnicos da Altice quando substituíram o equipamento, tendo este passado a estar suportado pela energia do estádio. Por conseguinte, se não existiu qualquer falha de energia e se não foram rearmados quaisquer quadros elétricos, como se explica que o equipamento do VAR substituído não tivesse energia do estádio, mas o segundo equipamento já a tivesse? A energia não desaparece de um momento para o outro… A conclusão é elementar: o cabo da Altice do primeiro equipamento do VAR, conectado na origem à fonte de energia do estádio, nunca esteve ligado no destino ao equipamento do VAR por erro técnico”, concluíram os dragões.
De recordar que, esta segunda-feira, o Conselho de Arbitragem da FPF enviou um comunicado à agência Lusa para explicar aquilo que se passou com o VAR, que levou a que o árbitro tivesse de reverter um lance de grande penalidade de Taremi pela informação que ouviu da Cidade do Futebol e sem recurso a imagens. “Ao analisarem o incidente, os técnicos concluíram que a única tomada elétrica disponível na área de revisão do estádio não tinha corrente elétrica e que ao longo do jogo o sistema de energia de reserva, também conhecido como UPS (Uninterrupted Power Supply), esgotou-se. Esta tomada elétrica não possui energia socorrida ou assistida. Foi iniciado o processo de mudança dos equipamentos para o segundo sistema de energia de reserva (UPS), tendo o serviço sido completamente restabelecido ao minuto 101″, disse.
VAR no Dragão esteve 14 minutos sem energia e reserva estava esgotada
Em paralelo, o órgão fez questão de destacar que “a solução técnica que liga a Cidade do Futebol ao Estádio do Dragão não registou qualquer falha”, garantindo que o VAR usado na Liga “recorre a tecnologia certificada e utilizada em diversas competições internacionais”. “O VAR foi introduzido em Portugal em maio de 2017 e o tempo de funcionamento sem quebras do serviço é de 99,8%”, completou na mesma missiva.
Mais tarde esta segunda-feira, também a Altice apresentou uma outra versão em comunicado. “A Altice Portugal rejeita qualquer responsabilidade na falha ocorrida no sistema de videoarbitragem (VAR) utilizado durante o encontro que se realizou no passado domingo, no Estádio do Dragão”, começou por frisar.
“Não foi detetada qualquer avaria no sistema de suporte ao VAR, nem se procedeu a qualquer substituição do mesmo. Assim que as equipas técnicas verificaram que a fonte de alimentação da UPS (Uninterrupted Power Supply) tinha esgotado a bateria, decorrente da falha de energia da tomada de alimentação disponibilizada pelo FC Porto, imediatamente ligaram uma segunda UPS, totalmente carregada, que possibilitou a restauração total dos sistemas e do respetivo serviço VAR. Aquando da referida falha do sistema de videoarbitragem, e antes da utilização da segunda UPS, foi comprovado no local, pelas equipas técnicas da Altice e do FC Porto, a existência de uma falha de energia na tomada elétrica do Estádio do Dragão. De sublinhar que foi a redundância da sua infraestrutura, pela existência de uma segunda UPS, que permitiu retomar o sistema de videoarbitragem”, explicou de forma detalhada a Altice.
Notícia atualizada às 21h05 com o comunicado da Altice Portugal