Agendado para o Salão Automóvel de Munique, o Mercedes CLA Concept será ainda um protótipo, mas levanta já a ponta do véu sobre o que a marca germânica está a preparar para a próxima geração eléctrica da berlina de linhas esguias e aerodinâmicas. Embora algumas das soluções possam vir a ser consideradas demasiado futuristas, a realidade é que, no cômputo geral, revelam o rumo em que o construtor está a apostar para o futuro próximo.
À primeira vista, o destaque vai para a grelha fechada e iluminada, sendo que a versão definitiva deverá necessitar de um reforço das entradas de ar, a avaliar pelas opções dos engenheiros da concorrência directa. Mas se a grelha funciona bem, esteticamente, também o arranjo encontrado para os faróis é atraente, rompendo com o que é tradicional para a marca.
Na traseira surge uma solução estética igualmente distinta do que é habitual encontrar nos modelos deste construtor alemão, mas também esta é apelativa. O mesmo acontece com o painel lateral do CLA, que nos parece dos mais equilibrados que a Mercedes já produziu, em modelos desta bitola ou superiores.
No interior, o CLA expõe três ecrãs, já recorrendo ao sistema MB.OS, que é animado pelos novos processadores refrigerados a água da NVIDIA. Além dos ecrãs onde correm os sistemas de navegação e infoentretenimento, a nova berlina eléctrica será concebida sobre a plataforma Mercedes Modular Architecture (MMA), que deverá ser uma das primeiras plataformas não derivadas de modelos com motores a combustão, como até aqui, mas sim especificamente concebidas para veículos eléctricos, para maximizar as vantagens desta tecnologia em termos de espaço, peso e autonomia.
O construtor avança que o modelo definitivo será disponibilizado com duas baterias. Para a versão mais acessível será proposto um acumulador LFP (fosfato de ferro-lítio), com ligeiramente menos densidade energética, mas com a vantagem de ter menos tendência para arder, ao não possuir níquel. Já a versão topo de gama do CLA eléctrico recorrerá a uma bateria com o ânodo em óxido de silício, que deverá assegurar uma maior densidade.
Simultaneamente, o futuro CLA deverá montar um motor eléctrico com 238 cv e um peso menor que o habitual (com apenas 110 kg), reivindicando uma eficiência da bateria para a roda de 93%, valor que a Mercedes considera particularmente elevado. Além de usufruir de um sistema eléctrico a 800V, que lhe permite recarregar a 250 kW em corrente contínua (DC), a versão definitiva do CLA deverá ser capaz de consumos de 12 kWh/100 km e uma autonomia de 750 km, o que permite concluir que montará uma bateria com uma capacidade próxima dos 100 kWh.