Cerca de 100 mil estudantes do ensino básico e secundário ainda não tinham, na quinta-feira, todos os professores designados. As contas, citadas pelo Expresso, são de Davide Martins, professor de Matemática e colaborador do blog de educação “DeArlindo”.

Essa foi a conclusão a que o professor chegou depois de olhar para a lista de horários que estavam por atribuir no final desta semana (1.357, o que corresponde a mais de 15 mil horas de aulas). As escolas procuram candidatos, mas relatam dificuldades acrescidas no recrutamento este ano, sobretudo em Lisboa e no Algarve, escreve o semanário. Também há problemas registados em Setúbal, Faro, Santarém ou Beja.

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Os problemas não são novos, mas tendem a agravar-se com o envelhecimento dos professores, que fazem aumentar não só as aposentações, como também as baixas por doença. A afastar potenciais interessados do ensino estão, também, os elevados custos com habitação: é no sul que mais faltam professores e a norte onde mais candidatos há. Quando não há professores interessados em preencher os horários, as escolas têm de recorrer à contratação direta, inclusive de profissionais que têm formação superior não específica para lecionar.

O ano letivo começa na próxima semana, entre 12 e 15 de setembro e promete voltar a ser quente em greves. O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) já entregou pré-avisos de greve para a semana de 18 a 22 de setembro, enquanto a plataforma que junta nove organizações sindicais, como a Fenprof e a FNE, marcou greves ao “sobretrabalho, trabalho extraordinário e componente não letiva de estabelecimento de ensino”, a partir de 12 de setembro. A 6 de outubro há greve nacional.

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