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Um grupo de 10 turistas portugueses em Marrocos queixou-se este domingo de falta de resposta das autoridades portuguesas sobre o voo de repatriamento, que ocorreu esta noite, após o sismo que atingiu o país na sexta-feira.

Com voo para Portugal marcado para este domingo à tarde, os portugueses gostariam de ter antecipado o regresso no voo de repatriamento, mas lamentaram a falta de informação por parte do atendimento consular.

“Liguei durante mais de uma hora, constantemente, para a emergência consular. Quando finalmente atenderam, disseram que o voo de repatriamento só deveria ocorrer depois do nosso voo comercial. Mas pediram para enviar um ’email’ com os nomes dos turistas”, relatou à Lusa Filipa Marques.

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Já António Cardoso enviou um ’email’, que teve resposta “ao fim de 10 minutos”, pedindo que enviasse os nomes dos turistas. “Mas esse segundo ’email’ já ficou sem resposta”, disse.

A Força Aérea Portuguesa retirou de Marrocos, na noite de sábado, 102 cidadãos portugueses que pediram ajuda para deixar o país africano.

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros adiantou que os 102 portugueses (incluindo o pai e a criança que ficaram feridos na sequência do terramoto) chegaram esta madrugada no avião da Força Aérea Portuguesa que havia seguido na noite de sábado para a cidade de Marraquexe.

A operação de retirada, “apesar das vicissitudes no terreno, decorreu de forma ordeira e pacífica”, indicou o ministério, realçando que continuará em “contacto com os portugueses que permanecem na região mais afetada” pelo sismo, que, segundo o último balanço oficial, causou 2.012 mortos e 2.059 feridos, dos quais 1.404 em estado grave.

Oriundos de Lisboa e do Porto, os turistas encontravam-se na praça Jamma El-Fna, um dos pontos mais turísticos de Marraquexe, na sexta-feira à noite, quando o terramoto ocorreu.

“O chão começou a tremer, as pessoas ficaram em pânico, desatou tudo a correr”, contou à Lusa Filipa Marques, relatando que estavam mesmo ao lado do minarete da mesquita Kharbouch, que desabou parcialmente.

“Dois minutos antes, estávamos ali. O minarete caiu e ficaram carros soterrados”, disse.

Os portugueses, que estavam alojados num ‘riad’ (pequeno hotel) na Medina, património mundial da Unesco, passaram a noite ao relento, porque havia “muita destruição” – os detritos das derrocadas de fachadas de edifícios dificultavam o acesso ao alojamento – e por receio de que as réplicas fizessem desabar o prédio, que ficou com fendas.

“Fomos recolher o essencial e voltámos para a praça. Dormimos num tapete”, relatou Filipa Marques.

O tremor de terra, cujo epicentro se registou na localidade de Ighil, 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe, foi sentido em Portugal e Espanha, tendo atingido uma magnitude de 7,0 na escala de Richter, segundo o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) registou a magnitude do sismo em 6.8.

O reino de Marrocos decretou três dias de luto nacional.