O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, defendeu esta quinta-feira que Portugal e a União Europeia vão continuar a apoiar a Ucrânia “custe o que custar” e dure a invasão militar russa o tempo que durar.
Esta posição foi transmitida na abertura do debate parlamentar com a participação do Governo sobre o estado da União Europeia, um discurso em que o secretário de Estado também insistiu na necessidade de a União Europeia criar canais regulares de imigração legal e de concluir até ao fim do ano acordos comerciais com o Mercosul, México e Austrália.
Na parte final da sua intervenção, o membro do Governo referiu-se à questão da guerra na Ucrânia, procurando afastar dúvidas sobre a persistência do apoio ao executivo de Kiev.
“Continuaremos a apoiar a Ucrânia custe o que custar, dure o tempo que durar. É um compromisso europeu de que não abdicamos”, frisou.
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“Europa tem de perceber que imigração não é um problema”
Antes, Tiago Antunes tinha defendido migrações ordenadas e um combate ao tráfico de pessoas, através de políticas que apoiem os países de origem e de um trabalho conjunto com os países de trânsito.
“Os canais legais de imigração são a única forma eficaz de combater a ação escandalosamente ilegal de quem explora a vulnerabilidade alheia e beneficia com o contrabando de pessoas, lançando-as ao mar em condições de risco de vida. Um continente que tem a dinâmica demográfica que a Europa apresenta é um continente que tem de perceber que a imigração não é um problema, mas uma oportunidade para sustentar o nosso desenvolvimento e modelo social”, advogou.
No seu discurso, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus voltou a colocar como meta a conclusão de acordos comerciais da União Europeia com o Mercosul, Austrália e México até ao fim deste ano, tendo também preconizado que seria importante a existência de avanços nas negociações com a Indonésia e a Índia.
Neste ponto, Tiago Antunes realçou também que a União Europeia deve desburocratizar, tendo em vista que os beneficiários destes acordos se alarguem às pequenas e médias empresas e não se limitem às de maior dimensão.
Além deste político relacionado com a política comercial, na sua intervenção, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus colocou como principais desafios da União Europeia as transições ambiental e digital, advertindo que os eventos climáticos extremos estão a ser cada vez mais frequentes.
“Estes são desafios para várias legislaturas europeias”, acrescentou, já depois de ter manifestado apoio ao alargamento da União Europeia, embora sem ter detalhado esta questão.