O cabeça de lista do PS/Madeira às eleições regionais, Sérgio Gonçalves, disse esta quinta-feira que a presença do líder nacional do PSD na campanha eleitoral revela “falta de confiança” e “incapacidade de afirmação” do candidato regional do partido.
O PSD está assim tão pouco confiante que precisa trazer o líder nacional à campanha do partido na Madeira, a exemplo do que os partidos pequenos têm feito?”, questionou o candidato socialista à presidência do Governo Regional da Madeira.
O líder nacional do PSD, Luís Montenegro, confirmou que vai estar presente num almoço e numa arruada no Funchal, na sexta-feira, último dia da campanha para as eleições regionais do próximo domingo, estando também prevista a sua presença na noite eleitoral.
Sérgio Gonçalves foi confrontado pelos jornalistas, no decorrer de uma ação de campanha, nas ruas do Funchal, com o facto de, ao contrário de outras forças partidárias, o PS não contar com a presença de qualquer figura nacional.
Temos total apoio, total solidariedade [da estrutura nacional do PS]. Mas somos capazes aqui, com a autonomia que dispõe o PS da Madeira, de dar esse exemplo, de liderar esse projeto, ao contrário dos outros partidos que precisam de ir buscar os líderes nacionais por eventual incapacidade de afirmação dos candidatos”, declarou.
O também deputado socialista complementou que, no caso do PSD, o líder regional que é presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, revela que “foi incapaz, em oito anos, de dar as respostas os madeirenses e deixa um legado de pobreza”.
Recordando que o secretário-geral do PS, António Costa, esteve presente num comício dois dias antes do início da campanha eleitoral, em Machico, Sérgio Gonçalves sublinhou: “Nós não precisamos de ir buscar o líder nacional por incapacidade de quem está cá, incapacidade de governar”.
“É preciso não esquecermos que o líder nacional do PSD é alguém que foi líder parlamentar nos tempos de Passos Coelho”, lembrou, mencionando que a política desenvolvida teve graves consequências para a autonomia regional porque, devido ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), foi aplicada à Madeira uma “dupla austeridade”.
E é isso que o PSD tem feito e tudo isso que aconteceu quando Luís Montenegro era líder parlamentar do PSD na Assembleia da República foi em resultado da má governação do PSD na Madeira, de uma dívida de mais de 6 mil milhões de euros que nos levou à dupla austeridade”, reforçou.
Realçando que o partido socialista não “aceita lições de autonomia de ninguém”, o candidato assegurou que não precisa que lhe “deem a mão” porque o PS é “capaz”, “competente”, “tem as pessoas necessárias para mudar a Madeira e, acima de tudo, tem as soluções para os problemas dos madeirenses”.
Sérgio Gonçalves aproveitou a ocasião para denunciar “práticas comuns do PSD, deste governo regional, de intimidação, tentar criar um clima de medo para que as pessoas não votem diferente”.
Disse ter relatos de situações de contactos telefónicos da candidatura do PSD para elementos da comunidade venezuelana na Madeira a apelar ao voto, referiu o facto de estar a ser pago, no último dia de campanha, o subsídio da Covid-19 devido aos profissionais há dois anos e existirem pressões sobre funcionários públicos para não manifestarem livremente a sua opinião.
Quanto às sondagens que apontam para a vitória da coligação Somos Madeira (PSD/CDS) com maioria absoluta, afirmou que “não reflete” o apoio que a candidatura do PS tem recebido na rua, onde se sente “a vontade de mudança” das pessoas.
Às legislativas da Madeira concorrem 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.ff