Algumas centenas de professores e não docentes estão esta sexta-feira a manifestar-se em Lisboa, num protesto convocado pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) em defesa da escola pública e por melhores condições de trabalho.
À hora marcada, pelas 14h00, perto de duas centenas de professores e não docentes já se concentravam na rua Possidónio da Silva, junto à Presidência do Conselho de Ministros, quando chegou também o coordenador do Stop, André Pestana.
Pouco a pouco, foram juntando-se mais profissionais e cerca das 14h30 a mancha de manifestantes iniciou a sua marcha rumo à Assembleia da República, ao som de apitos, tambores e palavras de ordem como “Não paramos” ou “Está na hora, está na hora de o ministro ir embora”.
Esta é a primeira manifestação de profissionais das escolas do ano letivo 2023/2024 e encerra uma semana de greve convocada pelo Stop.
Estamos na luta por melhores condições dentro das escolas e para que as pessoas entendam que profissionais da educação roubados, desconsiderados e desmotivados, por muito esforço que façamos, não podemos dar o melhor às nossas crianças, o que elas precisam e merecem”, disse à Lusa André Pestana.
Depois de um ano letivo muito marcado por greves e protestos, os professores e não docentes prometem dar continuidade à contestação até que o Ministério da Educação aceite as reivindicações dos trabalhadores, sobretudo a recuperação do tempo de serviço congelado: seis anos, seis meses e 23 dias.
A propósito dos problemas da escola pública, o coordenador do Stop lembrou ainda que perto de 100 mil alunos iniciaram, na semana passada, o ano letivo sem todos os professores atribuídos, sublinhando que, por outro lado, faltam também assistentes técnicos e operacionais.
Seria insólito que num ano letivo que começa assim não houvesse também um protesto a sinalizar esta situação que prejudica muito crianças e jovens, para não falar dos milhares e milhares de alunos que estão a ter aulas com pessoas que não têm a formação pedagógica e profissional de um professor”, disse André Pestana, referindo-se à contratação de docentes apenas com habilitação própria.
O dirigente sindical explicou ainda que o percurso do protesto não foi escolhido ao acaso. Por um lado, começando na presidência do Conselho de Ministros porque, segundo André Pestana, o ministro da Educação demonstrou não ter capacidade para responder às reivindicações e, por outro lado, terminando na Assembleia da República “onde também são aprovadas muitas leis”.