Sem qualquer derrota, com apenas um empate e quatro vitórias, o Arsenal entrava no North London Derby para defrontar o Tottenham com a certeza de que este início de temporada ainda não trouxe o nível exibicional da época passada mas tem deixado claro que a equipa de Mikel Arteta é novamente o principal obstáculo do Manchester City na corrida pela Premier League.

Os gunners recebiam o eterno rival no Emirates depois de uma goleada a meio da semana contra o PSV, no regresso à Liga dos Campeões após vários anos de ausência, e sabiam que só uma vitória permitia ficar novamente a um ponto da liderança isolada do Manchester City. No universo do Arsenal e nos últimos tempos, o assunto em cima da mesa está relacionado com a baliza: Arteta retirou a titularidade a Aaron Ramsdale nos dois jogos mais recentes, apostando no reforço David Raya, e a escolha tem tido reações distintas e diversas entre os adeptos do clube.

Esta semana, na antecâmara da receção ao Tottenham, o treinador espanhol foi novamente questionado sobre a mudança de guarda-redes e decidiu voltar a explicar os motivos da decisão — garantindo que tudo não passa de uma opção tática. “Tem a ver com a forma como queremos jogar cada jogo, como queremos jogar em cada dia. Tomo decisões e deixo alguns jogadores no banco”, atirou Mikel Arteta, garantindo que Ramsdale tem “apoiado” Raya e que não existe qualquer problema no balneário.

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Neste contexto, este domingo, o treinador mantinha a lógica e lançava o espanhol na baliza, com Odegaard, Declan Rice e Fábio Vieira no meio-campo e Saka e Gabriel Jesus no apoio a Nketiah, deixando Jorginho e Kai Havertz no banco. Do outro lado, num Tottenham que tinha os mesmos 14 pontos que o Arsenal e que tem pela frente uma temporada sem competições europeias, Ange Postecoglou colocava Brennan Johnson, James Maddison e Kulusevski nas costas de Son, apostando em Pedro Porro no corredor direito e tendo Hojbjerg, Richarlison e Eric Dier como suplentes.

O Arsenal abriu o marcador ainda dentro da meia-hora inicial e através de um autogolo de Cuti Romero, que desviou um cruzamento de Saka para a própria baliza (26′). Son empatou ainda na primeira parte, ao finalizar na grande área na sequência de um enorme trabalho de Maddison na esquerda (42′), e o jogo foi igualado para o intervalo. Arteta mudou logo no arranque da segunda parte, trocando Vieira e Rice por Havertz e Jorginho, e os gunners só precisaram de 10 minutos para recuperar a vantagem.

O azar de Romero ainda não tinha acabado e o central argentino cometeu grande penalidade, intercetando com a mão um remate de Ben White, e Saka não desperdiçou a oportunidade para marcar (54′). Contudo, a bola só precisou de regressar ao centro do terreno e o Tottenham voltou a empatar no lance seguinte, com Maddison a servir novamente Son e o sul-coreano a não perdoar na cara de Raya (55′). Postecoglou reagiu com uma substituição, trocando Brennan Johnson por Manor Solomon, e Arteta tirou Jesus para colocar Reiss Nelson.

Até ao fim, porém, já nada mudou. Arsenal e Tottenham empataram no Emirates e mantêm a igualdade pontual na Premier League, com o Manchester City a sair como principal beneficiado do resultado por ter agora mais quatro pontos do que gunners e spurs. Quem não facilitou a vida à equipa de Pep Guardiola, porém, foi o Liverpool: os reds receberam o West Ham e não deram hipótese aos londrinos, com Salah, Darwin e Diogo Jota a anularem o golo que Jarrod Bowen foi fazer a Anfield. Assim, o conjunto de Jürgen Klopp está agora isolado no segundo lugar da liga inglesa, com mais um ponto do que o Brighton e menos dois do que o City.