Demorou três dias a visitar os feridos do sismo, mas apenas 12 a voltar para as suas férias. O rei de Marrocos, Mohamed VI, já regressou à sua residência de verão, em M’diq, na costa norte, banhada pelo Mediterrâneo, onde vai descansar, até abrir o parlamento de outono.

O monarca alauíta, relata o El Confidencial, estava em Paris, capital francesa, na mansão junto à Torre Eiffel que comprou por 80 milhões de euros, quando se deu o sismo de 6,8 na escala de Richter, na Cordilheira de Atlas, a 70 quilómetros de Marraquexe, que devastou diversas aldeias e cidades e que fez quase três mil mortos. E a sua ausência nos primeiros dias após o terramoto, causou estranheza na população.

Só passadas quase 90 horas é que o Mohamed VI voou para Marraquexe, tendo presidido a três reuniões para definir um programa de emergência para assistir as vítimas e reabilitar edifícios danificados. Além disso, também declarou três dias de luto nacional e visitou um centro hospitalar para se encontrar com os feridos.

Rei de Marrocos demorou mais de três dias a visitar vítimas do sismo que atingiu o país

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Passados 12 dias, o rei decidiu que estava na altura de regressar às suas férias e, na tarde da passada quinta-feira, 21 de setembro, voltou a embarcar num avião Boeing 748, em direção à cidade de Tétouan, a cerca de 220 quilómetros de Rabat, a capital de Marrocos. Depois, conduziu 15 quilómetros até à sua residência de verão em M’diq, de acordo com o que fontes próximas do rei comunicaram ao jornal El Confidencial.

Mohamed VI não terá, contudo, muito mais tempo de férias. É esperado que o rei regresse a Rabat dentro de três semanas, para dar início ao parlamento de outono, a 13 de outubro, e presidir o Conselho de Ministros, para a aprovação do Orçamento do Estado para 2024.

O rei de Marrocos passou dois meses, entre junho e setembro, a viajar entre a sua residência de verão e a sua mansão em Paris, tendo também estado em Al Hoceima, onde festejou o 60.º aniversário com os filhos, o príncipe Moulay Hassan e a princesa Lalla Khadija.

Já a sua visita a Marrocos, depois do sismo no dia 8 de setembro, foi muito breve, não tendo sequer visitado as cidades mais afetadas, nomeadamente a província de Al Haouz. O filho acompanhou-o num dos encontros com as vítimas, mas depois voltou a não ser visto.

Ao contrário do seu pai, Mohamed VI tem a fama de “silencioso”, como descreve o jornal El País, por evitar as luzes da ribalta e por se ausentar de muitos compromissos internacionais. Aliás, o rei só se dirige ao público quatro vezes por ano: “no aniversário da sua entronização, em julho; no dia da memória do exílio do seu avô, em agosto; na abertura anual do Parlamento, em outubro; e na celebração do início da marcha verde, em novembro”.