Cinema é a sétima, fotografia a oitava e, se houvesse dúvidas de qual seria a nona arte, o vinho viria recordar as papilas gustativas e as vias olfativas de que é o único a trazer o que nenhuma outra consegue. Pelo menos, é isso que diz Pierre Chen, o bilionário tailandês que acaba de colocar uma das suas maiores coleções “à disposição”.
Os rumores são de que é “a maior e mais valiosa a chegar ao mercado”. No que diz respeito ao tamanho, as 25 mil garrafas adquiridas pelo fundador e presidente da Yageo Corporation, uma empresa de fabrico tecnológico, ao longo dos últimos 40 anos, tornam-no verdadeiro. E a sua avaliação, em cerca quase 47,5 milhões de euros (aproximadamente 50 milhões de dólares, tendo em conta a taxa de câmbio atual), também não contraria a sua reputação.
A coleção será leiloada em cinco momentos e localizações diferentes, começando em Hong Kong, na China, e passando por Londres (Reino Unido), Nova Iorque (EUA), Paris e Beaune (França). O primeiro leilão tem data marcada para os dias 23 a 25 de novembro, sendo organizado pela empresa Sotheby’s.
“Esta é a derradeira coleção de vinhos, que chega ao mercado numa altura em que o interesse global por vinhos de luxo nunca foi tão grande”, garantiu Nick Pegna, diretor mundial do setor de vinhos e bebidas espirituais da Sotheby’s, citado pelo The Guardian.
Esta é uma adega em que cada garrafa tem uma história e em que cada vinho é o melhor que se pode desejar possuir e desfrutar”, acrescentou.
E os rótulos da coleção The Epicurean’s Atlas dão-lhe razão. Entre as relíquias, estão duas methuselahs Domaine de la Romaneé-Conti La Tâche de 1985 de seis litros — em que cada uma vale aproximadamente 180 mil euros —, uma de 1999 (123.000€) e uma de 1971 de três litros (133.000€).
Somam-se à lista dois Domaine Armand Rousseau Chambertin de 1985 (30.000€), seis Vosne-Romanée Cros Parantoux 1er Cru de 2001 (66.000€), produzidos pelo considerado “Padrinho do vinho Burgundy”, Henri Jayer.
Há ainda 12 garrafas de burgundy branco Bâtard-Montrachet de 2014 (20.000€), três garrafas de vinho Château Lafite Rothschild de 1959, Château Latour de 1961 e Château Cheval Blanc de 1947.
Além de ter colocado uma das suas maiores coleções a leilão, o bilionário, que também coleciona pinturas e outras obras de arte, prepara-se para abrir um restaurante, Le Restaurante Blanc, em Paris, no final do mês, onde os clientes vão poder “provar alguns dos melhores vinhos, curados e fornecidos pelo próprio”, avançou o Vino Joy News, um site chinês que dá as novidades sobre o mercado do vinho.
O vinho é a única forma de arte que se pode consumir. Usa sensações que as outras não conseguem, como o paladar e o olfato, e ainda requer criatividade por parte do proprietário”, considerou Pierre Chen, citado pelo site The Drinks Business.
Até agora, a garrafa mais cara a ser vendida foi um champanhe Avenue Foch de 2017, que foi adquirida por mais de 2.3 milhões de euros. No entanto, veio juntamente com obras de Bored Ape e um NFT que “dava ao proprietário os direitos sobre as imagens”, conforme explica o jornal britânico.
Já fora de grandes leilões, a garrafa Romanée-Conti de 1945 foi vendida, em 2018, por 530 mil euros, a um colecionador asiático.