A UGT propõe um aumento salarial de pelo menos 4,8% em 2024 e defende que há condições para fixar o salário mínimo nacional nos 830 euros no próximo ano, disse o secretário-geral da central sindical, Mário Mourão.
Em declarações à Lusa, após a reunião do secretariado nacional da UGT desta quinta-feira que aprovou a política reivindicativa para 2024, Mário Mourão indicou que a proposta da central sindical é de um aumento mínimo dos salários de 4,8%, tal como previsto no acordo assinado há um ano com o Governo e as confederações patronais, mas defendeu que há margem para se ir mais longe.
O secretário-geral da UGT acrescentou que deve ser garantido um aumento salarial para todos os trabalhadores num valor “não inferior” ao acréscimo que vier a ser definido para o salário mínimo nacional.
O acordo de outubro prevê uma subida do salário mínimo dos atuais 760 euros para 810 euros em 2024, mas Mário Mourão considerou que “há condições e espaço para que o Governo possa ir mais além”, referindo 830 euros como um valor “razoável”.
“Das contas que temos feito, achamos que há espaço para isso [para fixar o salário mínimo nos 830 euros em 2024]”, disse, acrescentando que a UGT vai propor ao Governo “que haja essa evolução”.
Para Mário Mourão, “seria desejável” uma antecipação das metas previstas no acordo, de modo a que antes de 2026 se atingissem os 900 euros quanto ao salário mínimo. “Esta é uma oportunidade que temos para, já em 2024, fazermos essa trajetória”, sublinhou o líder da UGT.
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No documento esta quinta-feira aprovado, a UGT defende ainda a redução do peso dos impostos nos rendimentos do trabalho, sublinhando que “a anunciada descida do IRS de 2.000 milhões de euros até 2026 tem de se sentir no imediato e no Orçamento do Estado para 2024″.
O acordo de melhoria dos rendimentos assinado em outubro do ano passado na Concertação Social entre Governo, UGT e confederações patronais, tem como referencial para 2024 um aumento salarial de 4,8% e 810 euros para o salário mínimo nacional.