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O Ministério da Saúde mostrou “abertura” para “voltar a abrir as negociações sindicais”, disse o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, esta quarta-feira, à saída de uma reunião no Ministério da Saúde. O responsável referiu houve uma “postura diferente” e “abertura” por parte de Manuel Pizarro para implementar um horário de trabalho base de 35 horas semanais, ao contrário das atuais 40 horas.

Há uma abertura do Ministério da Saúde para matérias sindicais, que estavam fechadas, e que o Ministério da Saúde se propôs voltar a abrir”, disse Carlos Cortes, aos jornalistas, acrescentando que a Ordem dos Médicos marcou uma reunião de emergência do Fórum Médico, que reúne todas as associações médicas (sindicatos, Associação de Médicos de Saúde Pública e estudantes de Medicina) para o próximo dia 12 de outubro, onde serão apresentadas as medidas em que houve “abertura” por parte da tutela.

As quatro medidas em causa são a abertura de um processo para a nova carreira médica; um plano de captação e manutenção de médicos para o SNS; um pacote formativo para melhorar a formação médica; e a implementação de um horário-base de 35 horas de trabalho para os médicos.

“Situação sem precedentes” com recusa de médicos em fazer mais horas extra. Que urgências poderão entrar em colapso?

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À saída da reunião com Manuel Pizarro, Carlos Cortes, que nos últimos dias alertou para a possibilidade de colapso das urgências e numa situação “catastrófica” no SNS, sublinhou que é importante que o SNS tenha “recursos humanos em número suficiente”. Nesse sentido, a Ordem dos Médicos alertou a tutela para a necessidade de um plano de captação e manutenção de médicos para o SNS. “Tem sido feito muito pouco, ou praticamente nada para fixar os médicos no SNS”, referiu Carlos Cortes, realçando que esta medida foi colocada na reunião como prioritária.

Quanto à nova carreira médica, o bastonário sublinhou a necessidade de criar uma carreira médica conjunta que abarque os médicos sob a tutela do Ministério da Saúde e dos Ministérios da Defesa e da Justiça, para além dos médicos do setor privado e social. No que diz respeito à formação médica, a Ordem dos Médicos defendeu “uma melhor formação e mais espaço para a formação no SNS”.

Carlos Cortes referiu também que o ministro da Saúde mostrou abertura para conceder aos médicos a hipótese de optarem por um horário de trabalho semanal de 35 horas, uma reivindicação antiga da classe médica. “Esta é uma matéria sindical e tem de ser aprimorada pelo Ministério da Saúde”, disse o bastonário dos Médicos, que pediu ao Ministério da Saúde que o diálogo com os sindicatos seja “breve”. “Há um prazo muito curto para o Ministério da Saúde resolver estas questões com os sindicatos”, sublinhou Carlos Cortes.