O Ministério da Saúde vai convocar esta segunda-feira os sindicatos representativos dos médicos para uma reunião na quinta-feira à tarde, confirmou à agência Lusa uma fonte do ministério, .

Segundo a mesma fonte, foram convocados o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) para retomar as negociações, numa altura que o Serviço Nacional de Saúde enfrenta uma crise nos serviços de urgência devido à recusa de mais de 2.000 médicos em fazerem horas extraordinárias, além das 150 obrigatórias.

“Situação sem precedentes” com recusa de médicos em fazer mais horas extra. Que urgências poderão entrar em colapso?

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, anunciou na quarta-feira, após uma reunião com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, haver abertura do Governo para reabrir a negociação de matérias que estavam encerradas, nomeadamente a fixação do horário de 35 horas semanais, e para matérias relacionadas com a carreira médica.

Entretanto, o Presidente da República afirmou na sexta-feira que os atuais problemas na saúde são “complexos e críticos”, mas acredita que se consigam “pontos positivos” no diálogo entre médicos e Governo nos próximos dias.

É uma situação complexa, mas quando me dizem que continua a existir o diálogo, eu acredito”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O último encontro entre o Ministério da Saúde e os sindicatos aconteceu no passado dia 12 de setembro, numa reunião negocial extraordinária que terminou sem acordo, depois de 16 meses de negociação.

O chefe de Estado assumiu ter falado novamente com o bastonário da Ordem dos Médicos, ficando com a expectativa de que seja possível obter “pontos positivos” no diálogo entre aqueles profissionais de saúde e o executivo de António Costa.

Nas últimas semanas, vários hospitais do país estão a enfrentar dificuldades em garantir escalas completas das equipas, sobretudo para os serviços de urgência, devido à recusa dos médicos fazer mais do que as 150 horas extraordinárias anuais previstas na lei.

Num levantamento feito esta semana sobre a entrega de minutas de recusa de horas extraordinárias, a Federação Nacional dos Médicos salientou que a situação está a provocar encerramentos e constrangimentos nos serviços de urgências, mas também nas escalas de outros serviços hospitalares.