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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou esta segunda-feira o Irão e o movimento xiita libanês Hezbollah (pró-iraniano) para não colocarem à prova o exército de Israel no norte do país.
“Não nos testem no norte”, advertiu o governante israelita, num momento em que Israel reúne tropas junto ao território da Faixa de Gaza, em preparação para uma provável ofensiva contra o Hamas na sequência do ataque-surpresa conduzido pelo grupo islamita palestiniano no passado dia 7 de outubro.
Num discurso no Knesset (parlamento) israelita, Netanyahu disse igualmente que o mundo “precisa de se unir para derrotar” o Hamas, grupo considerado terrorista pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos e que governa a Faixa de Gaza desde 2007. “Esta guerra é também a vossa [comunidade internacional] guerra“, afirmou na mesma intervenção, associando o Hamas ao regime nazi.
Durante a sessão parlamentar, que decorre em Jerusalém e ainda na presença de Netanyahu, foram ouvidas várias explosões próximas do edifício, sem que, até ao momento, existam informações sobre o registo de mortos ou de feridos.
A sessão do parlamento acabou por ser interrompida, embora um porta-voz parlamentar tenha dito aos meios de comunicação hebraicos que esta seria retomada logo que possível.
As sirenes antiaéreas, que normalmente anunciam a chegada de foguetes lançados de Gaza pelo movimento islamita Hamas, também soaram no centro de Israel e em Telavive, confirmou o exército israelita.
Segundo os relatos das agências internacionais, os palestinianos da Faixa de Gaza aglomeraram-se esta segunda-feira em hospitais e escolas, à procura de abrigo e com pouca comida e água.
Mais de um milhão de pessoas terá fugido até ao momento das respetivas casas antes de uma esperada ofensiva terrestre israelita, que está a ser planeada por Telavive para destruir o Hamas, depois de os seus combatentes terem invadido o sul de Israel.
À medida que as reservas de alimentos, água e medicamentos do enclave palestiniano diminuem, todas as atenções se voltaram para a passagem de Rafah, entre Gaza e o Egipto, onde os camiões que transportam a ajuda humanitária aguardam há dias, enquanto os mediadores pressionam para um cessar-fogo que lhes permita a entrada em Gaza e possibilite a saída de estrangeiros. Rafah, a única ligação de Gaza ao Egipto, foi encerrada há quase uma semana devido aos ataques aéreos israelitas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Egipto, Sameh Shoukry, disse que Israel “não tomou posição para abrir a passagem do lado de Gaza”. Centenas de milhares de palestinianos abrigados em instalações da ONU estão a receber menos de um litro de água por dia.
Os hospitais de Gaza alertaram para o facto de estarem à beira do colapso, com os geradores de emergência, que garantem o funcionamento de máquinas como ventiladores e incubadoras, a contarem com menos de um dia de combustível. As unidades hospitalares também relataram que as reservas de medicamentos estão quase esgotadas.