O ministro das Finanças, Fernando Medina, foi atingido esta sexta-feira com tinta verde durante uma aula aberta na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. A ativista que atirou a tinta foi levada para fora da sala, com intervenção da PSP. Fernando Medina limpou-se e continuou a discursar. “Pelo menos sei que tenho uma apoiante para subir o IUC”, comentou logo após ter voltado a usar da palavra.
O ministro das Finanças estava a falar sobre o Orçamento do Estado para 2024, quando a ativista se aproximou do palanque e atirou a tinta a partir de uma garrafa. “Sem futuro não há paz”, gritou a manifestante.
À saída do evento, o ministro foi questionado pelos jornalistas, mas não comentou o protesto. No entanto, no final da aula aberta, o governante considerou que as universidades devem ser espaço de debate “livre e aberto sobre todas as questões” e “de liberdade e tolerância sobre os mais variados tipos de manifestação”.
“Digo-vos isto, não só como o ministro das Finanças no país neste dia, 20 de outubro de 2023, mas também o estudante, que acima de tudo leva da universidade não só os ensinamentos técnicos e teóricos da maior utilidade, mas acima de tudo o grande ensinamento cívico que foi ter participado na vida da minha universidade”, começou por afirmar.
O ministro explicou que desempenhou um papel ativo na vida estudantil, quer como dirigente ou membro de vários órgãos, quer como “instigador e realizador de várias greves”. “A primeira greve que organizei na vida tinha como alvo principal um ex-ministro das Finanças chamado Fernando Teixeira dos Santos, na altura presidente do Conselho do Científico da Faculdade de Economia”, recordou.
Ministro do Ambiente atacado com tinta verde em conferência da CNN Portugal
Ativistas do movimento Climáximo condenadas a multa de 600 euros por atentado à segurança rodoviária
Presidente da República diz que ativistas têm de “conquistar portugueses” e que este tipo de protesto “não é eficaz”
Marcelo Rebelo de Sousa reagiu esta sexta-feira à ação contra Fernando Medina na Faculdade de Direito, considerando que a crítica dos ativistas “não é eficaz” e que este tipo de ataques já perdeu o efeito surpresa.
“Verdadeiramente, no caso português, acho muito pouco efetiva. A repetição retira o efeito surpresa — a décima vez não tem sequer efeito surpresa. O protesto não é eficaz porque para dar passos há outras formas de luta e de crítica”, afirmou o Presidente da República.
Marcelo entende que é preciso conquistar os portugueses para passar a mensagem ambientalista. “Esta é vista como uma manifestação de um grupo que não adere à realidade”, entende o Presidente. E garante que é preciso que “a grande maioria dos portugueses esteja de acordo na mudança da energia e isso significa conquistá-los, explicando porque é que ter outro tipo de energia é melhor, mesmo que seja mais cara”.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, também já tinha sido atingido com tinta verde, durante um evento da CNN Portugal. Ativistas do movimento Climáximo têm levado a cabo várias ações de protesto, nomeadamente bloqueio de estradas e ruas em Lisboa.
(em atualização)