A TAP lucrou 180,5 milhões de euros no terceiro trimestre do ano, elevando para 203,5 milhões os resultados positivos dos primeiros nome meses, anunciou a empresa em comunicado.
A empresa assinala “o feito histórico, uma vez que é o primeiro resultado líquido positivo nos primeiros nove meses (desde que são publicados resultados trimestrais)”, diz em comunicado. Há um ano tinha tido prejuízos de 90,8 milhões.
Até final de setembro, e nesse período de nove meses, as receitas da TAP atingiram 3,2 mil milhões de euros, um aumento de quase 30% em termos homólogos, ou 725 milhões de euros.
O EBITDA (desempenho operacional antes de amortizações) recorrente (sem efeitos extraordinários) atingiu os 752,4 milhões em nove meses. No terceiro trimestre o EBITDA foi de 390,7 milhões de euros, mais 110,7 milhões que no período homólogo.
No terceiro trimestre de 2023, o número de passageiros transportados aumentou em 5,2% face ao ano anterior, tendo sido operados mais 5,7% de voos. A TAP transportou, nos nove primeiros meses do ano, mais de 12 milhões de passageiros, sendo 4,5 milhões sido transportados no terceiro trimestre (mais 5,2%). Os indicadores de atividade apontam para subidas no terceiro trimestre, exceto na componente de load factor, ou seja, a taxa de ocupação de uma aeronave. Está acima de 80%, o que é positivo, mas desceu um pouco face ao terceiro trimestre de 2022, desceu 2,2 pontos para 84,8%.
A receita dividida pelo total de lugares/quilómetros oferecidos aumentou no terceiro trimestre, atingindo os 8,13 euros, enquanto o custo por lugar/quilómetro foi de 6,76 euros (sem combustíveis). Este trimestre a TAP é das primeiras a apresentar contas. Lufthansa, Air France/KLM e IAG — três das potenciais candidatas à compra da TAP — ainda não apresentaram. A Lufthansa só divulga resultados em novembro e as duas outras companhias apresentam resultados a 27 de outubro.
As receitas de passageiros, nos três meses terminados em setembro, atingiram 1.181 milhões de euros. Já a divisão de manutenção teve uma queda nas receitas para 32,9 milhões, “devido maioritariamente a problemas nas cadeias de abastecimento que atrasaram atividades programadas”. Também a carga teve uma queda nas receitas para 38 milhões, “devido à normalização das yields de carga observada nos últimos trimestres, embora superando os níveis de 2019”.
Os custos operacionais recorrentes atingiram 982,2 milhões, mais 1,7%, devido ao aumento da atividade, mas também, diz a TAP, à subida com os custos com o pessoal (mais 64,5 milhões ou 60,5%) “devido à continuação da reposição da maioria dos cortes sobre as remunerações”. Mas os custos com combustíveis caíram no trimestre face a igual período do ano passado e diminuíram 86,4 milhões.
No conjunto dos nove meses, os custos operacionais aumentaram 21,6%, atingindo 2.790 milhões, tendo os custos com pessoal subido mais de 53% para 452 milhões de euros.
No final de junho, a TAP reembolsou o empréstimo obrigacionista de 200 milhões de euros. E no final de setembro apresentou “uma forte posição de caixa e equivalentes de caixa” de 768,8 milhões. O rácio divida financeira líquida/EBITDA melhorou para 2,4 vezes em comparação com o final do ano de 2022 (3,5x).