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Passaram 610 dias desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, mas apenas 26 desde que o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, voltou ao cargo, pela quarta vez. Mas foi esse o tempo necessário para que cumprisse com uma das promessas que tinha feito na campanha eleitoral: acabar com o apoio militar ao país invadido.
“Não vou apoiar qualquer ajuda militar à Ucrânia… Considero que uma paragem imediata das operações militares é a melhor solução que temos para a Ucrânia“, anunciou o líder do partido populista Direção-social Democracia (Smer-SSD) aos deputados, antes da cimeira do Conselho Europeu, acrescentando que manterá apenas a ajuda humanitária.
Eslováquia anuncia suspensão das entregas de armas à Ucrânia
Além disso, Robert Fico disse que não pretende votar a favor das sanções contra a Rússia, a menos que tenham um impacto positivo na Eslováquia: “Se nos prejudicarem, não vejo razão para apoiar”, disse.
A manhã foi ainda marcada pelas declarações dos Estados Unidos da América (EUA), Japão e Coreia do Sul, que condenaram “veemente o envio de armas e munições” da Coreia do Norte para a “Federação Russa usar contra o governo e o povo da Ucrânia”, disseram os ministros dos Negócios Estrangeiros de cada país.
A estas afirmações, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondeu com uma só: “A Coreia do Norte é nossa vizinha e vamos continuar a desenvolver relações próximas em todas as áreas”.
O que aconteceu durante a tarde e noite?
- O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, defendeu o seu encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin, e disse estar “orgulhoso” por continuar com a “porta aberta” ao diálogo com o Kremlin, apesar da invasão à Ucrânia.
- Um tribunal em Berlim, na Alemanha, recebeu um dossier realizado pela Clooney Foundation for Justice (CFJ), a detalhar diversas provas de que a Rússia cometeu crimes de guerra contra a Ucrânia.
- Kremlin criticou a cimeira da fórmula da paz organizada pela Ucrânia, que decorre em Malta este fim de semana e que contará com vários conselheiros de governos e presidentes de todo o mundo, dizendo que as discussões sem a participação da Rússia seriam “contraproducentes”.
- Uma sondagem feita pelo International Republican Institute revelou que 94% dos ucranianos acredita na vitória da Ucrânia e 68% acredita no restabelecimento da integridade territorial e soberana do Estado.
- O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita fez um apelo para que a Rússia expulse a delegação do Hamas que está de visita a Moscovo, afirmando que o convite feito é “deplorável”.
- A Dinamarca vai fornecer à Ucrânia equipamento militar no valor de 3,7 mil milhões de coroas (495 milhões de euros) e os Estados Unidos um novo pacote de armamento avaliado em 150 milhões de dólares (142,3 milhões de euros), foi anunciado.
- A União Europeia forneceu apenas um terço do milhão de munições que tinha prometido à Ucrânia em março.
O que aconteceu durante a manhã e início da tarde?
- “Se a Coreia do Norte mantiver a recente escala e o ritmo dos envios relacionados com o exército (mais de mil contentores nas últimas semanas), estará em vias de se tornar um dos mais importantes fornecedores estrangeiros de armas da Rússia, a par do Irão e da Bielorrússia“, avisou o Ministério da Defesa do Reino Unido.
- A Ucrânia decidiu suspender a utilização do novo corredor do Mar Negro por haver risco militar, divulgou a empresa de consultora Barva Invest, sediada em Kiev, citado pelo The Guardian.
- A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, disse que não se deve excluir já a possibilidade de os danos no gasoduto do Mar Báltico terem sido provocados por sabotagem, apesar de as autoridades finlandesas terem apontado para que a potencial causa tenha sido uma âncora de um navio chinês.
- A BBC avançou que o Ministério da Defesa da Rússia tem estado a recrutar prisioneiros para fazerem parte das unidades do exército conhecidas como Storm-Z, como forma de substituir os militantes do grupo Wagner.
- O centro de resistência nacional ucraniano avançou que a Rússia está a recrutar “massivamente” mercenários cubanos para combaterem na Ucrânia.
- Os legisladores russos aprovaram, numa primeira leitura do projeto-lei, o orçamento para financiar a invasão da Ucrânia, naquele que é o maior aumento de sempre desta despesa. Segundo a AFP, citado pelo The Guardian, o orçamento destinado às forças russas equivale a cerca de um terço do total de 2024, tendo aumentado 109 mil milhões de euros (+68% do que no ano anterior).