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Passaram 611 dias desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e a fadiga de guerra é um tema cada vez mais presente. Foi, aliás, um dos principais a ser debatido entre os líderes da União Europeia (UE), na cimeira que está a decorrer em Bruxelas. No entanto, não foi o único.

Além de muitos dirigentes terem alertado para que não se perdesse “o foco da Ucrânia”, como referiu o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, também foi discutido o orçamento da organização para apoiar a Ucrânia.

Desde o verão que a organização discute uma proposta que prevê uma reserva de 50 mil milhões de euros de apoio à reconstrução da Ucrânia, e o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, pediu que se chegasse “a um acordo até ao final do ano”, pois “apoiar a Ucrânia deve ser uma prioridade”.

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Cimeira da UE. Charles Michel pede orçamento revisto até final do ano e Von der Leyen destaca “apoio”

A manhã foi ainda marcada pela garantia de Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, de que o corredor alternativo do Mar Negro vai continuar a funcionar, apesar das ameaças. E, horas depois de ter confirmado este facto ao primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, quatro navios de cereais saíram dos portos de Odesa, por esse mesmo corredor.

Kiev exportou 700 mil toneladas de cereais através de novo corredor no Mar Negro

O que se passou durante a tarde e noite?

  • O Presidente francês, Emmanuel Macron, condenou publicamente a reunião entre os seus homólogos húngaro, Viktor Orbán, e russo, Vladimir Putin, dizendo que ninguém o podia proibir de o fazer, mas que uma reunião com o principal inimigo da Europa deve ser comunicada aos Estados-membros da UE.
  • O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, esteve à conversa com o seu homólogo dos Emirados Árabes Unidos (EAU), Sheikh Mohamed bin Zayed Al Nahyan, e agradeceu-lhe por participar na cimeira para a Fórmula da Paz, que acontece em Malta.
  • O presidente do Conselho Europeu admitiu uma cimeira extraordinária para a União Europeia fechar, até final do ano, dossiês “desafiantes” como a revisão do orçamento a longo prazo, negociações formais para entrada da Ucrânia e novas regras orçamentais.
  • A Rússia nomeou um substituto para o antigo chefe das Forças Aeroespaciais do país, que foi demitido na sequência da rebelião do grupo Wagner, este verão, divulgou o Ministério da Defesa.
  • O Presidente da Bielorrússia convidou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, para fazer uma visita ao seu país.
  • O ex-Presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, publicou uma nota na plataforma Telegram onde afirma que o Ocidente está cansado da Ucrânia, tendo focado a suas energias em Israel.
  • O conselheiro ucraniano do Ministério dos Negócios Estrangeiros revelou imagens de satélite que mostram que a Rússia pintou caças falsos num campo de aviação militar na Crimeia.

O que se passou durante a manhã e início da tarde?

  • O Ministério da Defesa acusou a Ucrânia de ter tentado atingir a central nuclear. Segundo a Reuters, citado pelo The Guardian, o Ministério da Defesa acusou o regime de Kiev de “uma tentativa de levar a cabo um ataque terrorista”, que provocou uma explosão que danificou a fachada de um armazém de resíduos nucleares.
  • Viktor Orbán considera que a estratégia dos Estados Unidos da América para a Ucrânia “falhou” e que o bloco ocidental devia ter um plano B, pois Kiev não vai vencer a guerra.
  • Mike Johnson, novo líder da Câmara dos Representantes, diz que a Ucrânia não será abandonada, mas a prioridade é Israel. O republicano propôs 14,5 mil milhões de dólares de ajuda para os israelitas.https://observador.pt/2023/10/27/novo-lider-da-camara-dos-representantes-dos-estados-unidos-nao-abandona-a-ucrania-mas-da-prioridade-ao-apoio-a-israel/
  • O novo primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que anunciou o corte do envio militar à Ucrânia, disse esta sexta-feira aos líderes da UE, durante a cimeira que decorre em Bruxelas, que os 50 mil milhões de euros de fundos destinados ao país invadido pela Rússia deviam ir com garantias de que não serão desviados.
  • Alexander Lukashenko, um aliado de Putin pediu que se parassem os combates na Ucrânia e se iniciassem negociações sobre “o território e a paz”, noticia a Tass.
  • A reunião do Conselho Europeu já terminou e o primeiro-ministro português acaba de garantir, em declarações aos jornalistas, que a guerra entre Israel e o Hamas não fez esquecer o conflito armado dentro da Europa. “A Ucrânia tem o direito de se defender, isso mantém-se e o nosso dever de apoiar a Ucrânia também”, disse António Costa em Bruxelas.