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Da última imperatriz de França a Sofia Palazuelo, passando pela carismática Cayetana: a história da casa de Alba contada através da moda

Este artigo tem mais de 1 ano

O Palácio da casa de Alba (Madrid) revisita as personagens da família através de moda. A mostra conta com peças como o vestido de noiva que Cayetana Fitz-James Stuart usou em 1947.

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Cayetana, a carismática duquesa de Alba falecida em 2014, acumulava títulos aristocráticos e capítulos na história da sua vida e da sua família que se contavam nas páginas das revistas do coração. O seu filho e herdeiro decidiu abrir as portas dos palácios ao público e agora abrem-se também os guarda-roupas de gerações para deixar a moda contar as suas histórias. “La moda en la Casa de Alba” é uma exposição que junta moda, arte e história no Palácio de Liria, a morada da família da casa de Alba em Madrid.

A exposição percorre dois séculos de moda, e é preciso recuar até ao tempo da imperatriz Eugénia de Montijo com os seus vestidos Worth e regressar à atualidade, com o vestido de noiva de Sofia Palazuelo, para que fique completa. É possível ainda ver o primeiro vestido de noiva da mais recente duquesa de Alba e muitas peças masculinas. A mostra inaugurou no passado dia 19 de outubro e pode ser visitada até 31 de março de 2024. O bilhete para visitar o palácio e a exposição custa 19 euros, mas caso apenas queria ver a exposição tem um valor de 10. Os comissários desta mostra são o designer de moda Lorenzo Caprile, autor do vestido de noiva da infanta Cristina e habituado a criar para a casa real, e Eloy Martínez de la Pera, que tem no currículo importantes exposições de moda e era amigo pessoal de Hubert de Givenchy. Ambos trabalharam com a Fundação Casa de Alba.

O que se pode ver nesta exposição? Estão expostas mais de 100 peças de moda e entre estas contam-se 30 vestidos e looks assinados por nomes destacados da moda como Charles Frederick Worth, Louise Chéruit, Cristóbal Balenciaga, Flora Villareal ou Emanuel Ungaro. A exposição convida a um diálogo entre as peças de moda e os retratos da família Alba expostos nas paredes, obras dos mais relevantes artistas das suas respetivas épocas, como por exemplo, Federico de Madrazo, Joaquín Sorolla, Ignacio Zuloaga, Fernando Álvarez de Sotomayor y Franz Xaver Winterhalter. Estão também expostos retratos, litografias e esculturas provenientes dos palácios da família.

Segundo explica o comunicado da Casa de Alba, esta exposição é como uma história contada por três protagonistas. Eugenia de Montijo foi a espanhola que se casou com Napoleão III e foi a última imperatriz de França. Foi também a cliente estrela de Worth, o britânico que se instalou em Paris e foi um dos pioneiros da Alta Costura e dos desfiles de moda como os conhecemos hoje. Jacobo Fitz-James Stuart y Falcó, o 17º duque de Alba e avô do atual, é uma espécie de embaixador do vestuário masculino e sua etiqueta. Cayetana Fitz-James Stuart, a carismática duquesa de Alba que nos habituámos a ver na revista Hola, é a maior referência da família no século XX e nesta exposição podem ser vistas peças que usou de nomes tão populares como Pertegaz, Flora Villareal (autora do seu primeiro vestido de noiva que está exposto) e também Christian Dior.

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Numa galeria com retratos de meados do século XIX estão expostas peças de vestuários da mesma época, como por exemplo vestidos da imperatriz Eugenia. A parte central da exposição dedica-se a três personagens: a duquesa Rosario de Silva e as suas cunhadas dona Sol Santoña e dona Carmen Peñaranda, grandes influencers da sociedade espanhola no início do século XX. Há uma sala dedicada a vestidos de noiva onde podem ser admiradas as peças das gerações mais recentes da família, como por exemplo o vestido de Eugenia Martínez de Irujo y Fitz-James Stuart, a única filha da antiga duquesa de Alba, também o vestido de Sofia Palazuelo (criado pela tia, Teresa Palazuelo), atual duquesa de Huéscar e futura duquesa consorte de Alba, que se casou em 2018 com o filho mais velho do duque de Alba, e ainda trajes de Cayetana Rivera e Martinez de Irujo, da era de Goya.

Não ficaram esquecidos os complementos que enriquecem a exposição, tal como fazem com os looks do dia a dia, como por exemplo os tradicionais “abanicos” espanhóis e mantilhas e ainda chapéus de chuva. E é também recordado o desfile da casa Christian Dior que teve lugar no Palácio de Liria, a 11 de abril de 1959, quando Yves Saint Laurent estava ao leme da marca.

Grande parte das peças expostas são património da Casa de Alba, mas esta exposição também contou com a colaboração de instituições como o Château de Compiègne, o Museo del Traje, Patrimonio Nacional, a Colección Francisco Zambrana e também colecionadores privados.

O atual duque de Alba, Carlos Fitz-James Stuart, herdou o título quando a sua mãe, Cayetana Fitz-James Stuart, morreu em novembro de 2014. Desde então o novo chefe da casa de Alba tem estado a abrir os palácios da família ao público. Tal como o Palácio de Liria, em Madrid, também é possível visitar Las Dueñas, em Sevilha, e o Palácio de Monterrey, em Salamanca. No comunicado o duque explica que “estas exposições temporárias anuais servem como complemento à exposição permanente dos fundos artísticos e ajudam a aproximar o património da Casa de Alba da sociedade”.

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