Dificilmente encontraremos um construtor mais intimamente ligado aos motores de combustão do que a Ferrari, sobretudo aquelas unidades mais sofisticadas e com mais cilindros, capazes de serem elevadas ao estatuto de obra de arte graças à potência específica que atingem. Mas, ao contrário do que muitos puristas e fãs da marca do Cavallino Rampante previam, os clientes estão cada vez mais interessados em superdesportivos que gastem e poluam menos, além de poderem percorrer 20 ou 30 km em modo exclusivamente eléctrico, no maior dos silêncios.
De momento, a Ferrari possui modelos exclusivamente com mecânicas nobres, mas apenas capazes de extrair potência da queima de gasolina. Só dois veículos da marca italiana recorrem a mecânicas híbridas plug-in (PHEV), designadamente o SF90 Stradale e o 296 GTB, o que não impediu o construtor transalpino de atingir 51% das vendas entre Julho e Setembro apenas com estes dois coupés (juntamente com as versões descapotáveis).
Esta maior procura por veículos electrificados, que superou 50% no último trimestre, não é uma tendência de agora, uma vez que já no 2.º trimestre de 2023 os PHEV representaram 43% das vendas da Ferrari. Recuando a 2022, verifica-se que este tipo de mecânicas garantia então 19% das vendas, pelo que o ritmo de crescimento do peso dos PHEV na Ferrari é substancialmente superior ao antecipado.
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A adesão dos clientes a mecânicas híbridas plug-in levou a Ferrari a apressar a introdução dos PHEV em modelos como o Purosangue, o SUV da marca que continua a estar apenas disponível com um V12 não electrificado. O Roma é outro exemplo de modelos da Ferrari que só comercializam unidades exclusivamente a combustão, mas também este deverá passar a recorrer a motorizações menos poluentes e (por vezes) mais silenciosas.