Luís Montenegro foi o últimos dos líderes partidários a reagir à demissão de António Costa e aproveitou para ser cristalino em relação às intenções do PSD: os sociais-democratas querem eleições antecipadas o quanto antes. “O Governo caiu e caiu por dentro. Não podemos perder mais tempo. É imperioso recuperar confiança. Esta recuperação só é viável com eleições antecipadas. Estamos preparados”, afirmou.

A partir da sede do partido, em Lisboa, Montenegro fez questão de recuperar os vários momentos na história do país em que o PS, estando à frente do governo, acabou por se envolver ou por se ver envolvido numa crise política. “A legitimidade do PS ruiu. É a terceira vez em 22 anos que as mesmas pessoas trazem o pântano à democracia portuguesa. Está na hora de responsabilizar e penalizar a reincidência de uma organização partidária que dá mostras de ceder muito rapidamente a esquemas de compadrio político”, insistiu.

Já a falar para futuros eleitores, o líder social-democrata defendeu que só o PSD está em condições de garantir que é capaz de evitar a “fatalidade” de haver um país “pobre” e “corrupto”. “Não é uma fatalidade. Depende de cada um de nós. Mas exige vontade transformadora, moderação e tolerância. Portugal não precisa de aventuras e soluções revolucionárias”, salvaguardou o presidente social-democrata.

Já na fase das perguntas da comunicação social, Luís Montenegro não se compromete em esperar por uma eventual aprovação do Orçamento do Estado, exigindo eleições antecipadas rapidamente. “Tenho o compromisso com o país e com os portugueses. Estamos empenhados em deixar fluir o exercício de competências que cabe a cada órgão de soberania, em especial do Presidente da República. Vamos avaliar com ele.”

Desafiado a dizer se estava em condições de reafirmar a garantia de que nunca faria acordos com o Chega, Montenegro recordou o seu “não é não” a André Ventura, fechando em definitivo a porta ao partido rival. “Estaremos à altura da exigência deste momento. Estamos aqui para ouvir o povo português. Para conquistar uma nova maioria e para formar um novo governo”, prometeu.

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