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Claramente, a demissão de [António] Costa complicou significativamente o panorama político em Portugal“, diz o banco de investimento holandês Rabobank em nota de análise partilhada esta manhã com os seus clientes internacionais. Ainda assim, à primeira vista os analistas do banco não antecipam um grande aumento da pressão sobre os juros da dívida pública nacional.

O anúncio da saída de Costa, esta terça-feira, poderá ter contribuído para o fecho em queda nas ações da bolsa de Lisboa, com o índice PSI a perder 2,54% e a ter a pior sessão desde outubro. Nos mercados de dívida pública não se notou uma grande reação mas, ainda assim, como nota o Rabobank, “a dívida portuguesa teve um desempenho inferior às pares“, alargando em 2,5 pontos-base o diferencial face à dívida alemã. E esta quarta-feira esse “spread” está a alargar mais 1,3 pontos-base.

Notando que, desde as últimas eleições, “as sondagens indicam que o apoio ao PS tem tido um declínio bastante relevante“, o Rabobank considera que caso existam eleições antecipadas é “claro” que a demissão aumentou o grau de incerteza nos mercados financeiros em relação ao risco político em Portugal.

“Ainda assim, não antecipamos qualquer movimento negativo muito relevante já que os fatores económicos fundamentais do país há bastante tempo são vistos de forma bastante favorável pelos investidores“, confia o Rabobank.

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