Israel começará, a partir desta quinta-feira, a fazer pausas de quatro horas todos os dias em certas áreas do norte da Faixa de Gaza, que serão anunciadas com três horas de antecedência, revelou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

John Kirby disse que Israel também concordou em abrir um segundo corredor para os civis fugirem do norte da Faixa de Gaza — ao longo da estrada costeira do território — juntando-se ao primeiro que está em vigor na sua principal estrada norte-sul.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, pediu ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que instituísse as pausas diárias durante uma chamada efetuada na segunda-feira, em que foi também solicitada uma “pausa de mais de três dias” para permitir negociações sobre a libertação de reféns detidos pelo Hamas, ficando afastada a possibilidade de um cessar-fogo geral.

Kirby disse aos jornalistas que as pausas poderiam ser úteis para “recuperar todos os 239 reféns com as suas famílias, incluindo os menos de 10 norte-americanos” que Washington sabe estarem em cativeiro.

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O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, alertou Israel na semana passada que corria o risco de destruir uma eventual possibilidade de paz, a menos que agisse rapidamente para melhorar as condições humanitárias na Faixa de Gaza para os civis palestinianos, à medida que intensifica a sua guerra contra o Hamas.

Num apelo contundente a Israel para interromper as operações militares no território para permitir a prestação imediata e aumentada de assistência, Blinken disse que a situação levaria os palestinianos a uma maior radicalização e acabaria com as perspetivas de qualquer eventual retomada das negociações de paz para pôr fim ao conflito.

O grupo islamita Hamas lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, em bombardeamentos e incursões terrestres na Faixa de Gaza, e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.