Sete homens foram detidos na Sicília, em Itália, e outros 10 em Nova Iorque, Estados Unidos, na sequência de uma operação antimáfia conduzida pelo FBI em conjunto com as autoridades italianas. As detenções são o culminar de dois anos de uma investigação que teve como alvo membros da família Gambino, uma das organizações criminosas que atuam em Nova Iorque, e alguns dos seus associados sicilianos em Palermo.
Entre os detidos — que, entre outras coisas, são acusados de crimes de associação criminosa, extorsão e fraude em leilões — estão, de acordo com a BBC, um “capitão” dos Gambino, Joseph Lanni, um alegado soldado dessa família, Angelo ‘Fifi’ Gradilone, e um suposto associado da máfia siciliana e dos Gambino, Francesco Vicari (também conhecido como “Tio Ciccio”).
O procurador norte-americano Breon Peace defendeu em comunicado, citado pelo The Guardian, que os 10 homens detidos em Nova Iorque cometeram, durante anos, “extorsões violentas, agressões, incêndios criminosos, retaliação a testemunhas e outros crimes na tentativa de dominar as indústrias de carting (eliminação de resíduos) e demolição de Nova Iorque”.
As autoridades terão descoberto provas que sugerem que os suspeitos norte-americanos estavam a receber formação e orientação dos “primos” sicilianos para terem uma abordagem menos violenta, nomeadamente ao exigirem quantias menores de dinheiro às vítimas de extorsão (para que essas não contactassem as autoridades). Por outro lado, acreditam os investigadores, os italianos terão ajudado os norte-americanos a atacar familiares de proprietários de restaurantes de Nova Iorque residentes na Sicília, com o intuito de os coagir a pagar o “pizzo”, que é o dinheiro que ‘custa’ a proteção da máfia.
A BBC indica que os suspeitos podem enfrentar penas máximas entre 20 e 180 anos de prisão, caso seja considerados culpados. Os Gambino são uma das cinco famílias históricas da máfia ítalo-americana de Nova Iorque.