Primeiro a Spotlas, agora a Yellow. Eric Dier já tinha passado pelo Web Summit no “palco” do Sports Trade para apresentar a sua primeira aplicação. Este ano, ficou apenas pela sala de conferências de imprensa. No entanto, o anúncio era “maior”: o central do Tottenham continua a sedimentar a sua veia empreendedora e, na companhia de um dos irmãos, Patrick, apresentou o novo projeto que lhe ocupa o tempo extra futebol.

Eric Dier, o central formado no Sporting que criou uma app. “Cresci em Lisboa, todos me faziam perguntas. Agora está tudo numa plataforma”

Comecemos pelo primeiro projeto, a Spotlas, e recuperemos aquilo que tinha contado no ano de lançamento, em 2020. “A Spotlas é uma aplicação que permite que sigamos familiares e amigos que partilham os melhores locais por onde vão passando no mundo. Hotéis, praias, restaurantes, bares, locais para ir… Uma amiga nossa, a Zoe [Connick], teve a ideia nos últimos meses da universidade, quando descobriu um café que adorava pouco antes de se ir embora. A partir daí fomos tentando encontrar soluções entre o Google Maps e o Instagram. Gostámos da ideia porque é algo que não fica apenas pelos restaurantes. No início é um grande desafio, perceber como é complicado desenvolver a ideia, como se pode fazer. O mais difícil é não ser técnico e montar uma equipa mas em termos conceptuais o que fazemos é confiar uma visão, a nossa visão, a uma equipa que criamos”, tinha explicado Patrick Dier a propósito da Spotlas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Foi uma ideia a que nos ligámos logo. Este era um problema que também tínhamos, era algo comum a toda a gente. Como cresci em Lisboa, todos me faziam perguntas, toda a gente perguntava sobre restaurantes, bares, onde ir. Tinha isso numa lista, agora está tudo numa plataforma para juntar a informação e permitir que as pessoas possam também interagir para que a experiência seja ainda melhor. Até aqui em Londres, vamos sempre aos mesmos sítios mas desde que lançámos a app tivemos uma grande experiência, assim como em Lisboa, onde cresci, existem vários locais onde nunca tinha ido. Percebi que não basta passar de boca”, destacou o internacional Eric Dier, numa edição de 2020 marcada pela pandemia.

E porque recuperamos essa explicação da Spotlas? Porque o novo projeto, a Yellow, é basicamente a resposta a todos os problemas que os irmãos Dier e Zoe enfrentaram quando quiseram traduzir uma ideia naquele que seria o seu primeiro projeto: “Estivemos neste trabalho nos últimos dois anos. Há cinco anos, quando fomos começando a trabalhar na Spotlas, percebemos como era complicado colocar na prática as ideias. É isso que representa a Yellow: criámos uma app, disponível em todas as plataformas, que tem por objetivo agarrar em qualquer ideia que qualquer pessoa tenha para colocá-la em prática, fazendo tudo o que são possibilidades a nível de conteúdo digital. Pode ser só uma ideia, pode ser algo já com maior profundidade, o nosso objetivo é apresentar todos os possíveis modelos. A Yellow preenche todos os espaços entre o nascimento de uma ideia e a sua concretização. Mostrem-nos o que têm, nós podemos dizer até onde podem chegar”.

Uma viagem entre Lagos, Sporting e a final da Champions: como Eric Dier, o “ruço inglês”, se tornou um Quadro de Honra made in Portugal

“Nós tínhamos zero experiência quando começámos a criar a Spotlas. A Yellow vai encurtar aquilo que nós demorámos quatro ou cinco anos a tornar em prática para alguns segundos. Aprendemos muito com todo o trabalho que fizemos na Spotlas, a nível de design e de conceito, e consegue encurtar todo o processo. Se tem Inteligência Artificial? Pela forma como está desenhado, que é tudo em Yellow code, podia não ter mas a verdade é que com o recurso à Inteligência Artificial tudo fica acelerado”, destaca Patrick. “Nós crescemos aqui e estamos muito contentes por estar aqui a fazer esta apresentação. Em resumo, a Yellow consegue democratizar toda a criação e dá oportunidade a todos de tornarem possíveis as suas ideias”, frisa Eric, prosseguindo: “A Spotlas é o nosso primeiro bebé. Continuamos a dar muito foco à Spotlas e no que pode ser no futuro, a Yellow vai ajudar até a facilitar aquilo que tem sido o caminho da Spotlas”.

E se antes da entrada na sala o agora jogador do Tottenham não quis prestas declarações sobre qualquer assunto que estivesse relacionado com futebol, na sala de conferências de imprensa abriu algumas exceções para falar sobre uma realidade que conhece bem como a de Portugal à boleia de uma pergunta: quando está a pensar voltar para ficar de novo no país? “Um dia espero regressar claro, é quase uma certeza se a minha mulher também quiser vir. E voltar para viver porque foi aqui que comecei a minha carreira. Para jogar, não sei… No futebol nunca se sabe mas o Sporting vai ser sempre o meu clube, é o meu único clube, a minha casa. Portugal é a minha casa”, comentou o internacional inglês que passou 12 anos nos leões.

“Acompanho sempre o Sporting, o clube e o futebol porque é o meu clube. Sigo sempre. Ver o dérbi não, não vi. Em Inglaterra, e estava a falar com o Vertonghen sobre isso, é impossível encontrar um canal para o ver o jogo com tantas apps diferentes até se torna difícil encontrar só um jogo. Não consegui ver. Tottenham e Sporting campeões? Ainda vamos no começo da temporada, acho que ainda existe uma longa caminhada até ao final. Já tenho experiência suficiente para perceber que tudo é possível”, completou.