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Quase 180 cadáveres foram enterrados, esta terça-feira, numa vala comum escavada no Hospital Al Shifa. A informação foi avançada pelo diretor desta unidade hospitalar, em declarações à agência AFP.

“Fomos obrigados a enterrá-los numa vala comum”, disse o responsável. “Há cadáveres espalhados pelos corredores das instalações hospitalares e as câmaras frigoríficas das morgues já não têm eletricidade”, avançou Mohammed Abou Salmiya.

O diretor do hospital acrescentou também que sete bebés prematuros morreram porque as incubadores onde estavam deixaram de funcionar por falta de eletricidade. Há vários dias que Al Shifa tem vindo a alertar para a rutura de combustível, uma situação que, no último domingo, tornou inoperacional o gerador que fornecia eletricidade ao hospital e, consequentemente, muitas valências do hospital.

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“O nosso pessoal médico é agora totalmente incapaz de prestar qualquer cuidado aos doentes, feridos ou crianças”, sublinhou Mohammed Abou Salmiya, acrescentando que o hospital se encontra cercado por tanques israelitas. Ninguém pode entrar ou sair da unidade, diz.

Neste hospital, o maior de toda a Faixa de Gaza, estão mais de 500 pessoas entre doentes, trabalhadores e refugiados. O diretor do hospital alerta que muitos estão “numa situação muito crítica, sem comida ou nada para beber”.

Pelo menos sete hospitais da zona norte da Faixa de Gaza têm vindo a ser afetados pelos combates entre as forças israelitas e o Hamas. Muitos já não têm água, combustível ou material clínico e estão cercados pelos militares israelitas. Telavive argumenta que as infraestruturas das unidades hospitalares são utilizadas como escudo pelo Hamas.