Um ataque norte-americano no Iraque, efetuado em resposta a um ataque a militares norte-americanos na região, matou vários combatentes de milícias pró-iranianas, indicou esta terça-feira um porta-voz do Pentágono.
Depois de a base iraquiana de Ain al-Assad, onde estão estacionadas as tropas dos Estados Unidos, ter sido atacada por um “míssil balístico de curto alcance”, sem causar vítimas, o exército norte-americano efetuou um ataque ao “veículo de uma milícia apoiada pelo Irão e a alguns combatentes apoiados pelo Irão envolvidos nesse ataque”, declarou Pat Ryder em comunicado, acrescentando que “vários” deles morreram.
Horas antes, um responsável militar norte-americano já tinha admitido o ataque com drones (aeronaves não-tripuladas) a um veículo de forças pró-iranianas no Iraque, referindo então que fizera um morto e três feridos, um balanço agora atualizado mas ainda impreciso.
“As forças dos EUA responderam em autodefesa contra aqueles que realizaram o ataque”, disse o responsável militar, que respondia a perguntas sobre um ataque de drones na madrugada desta terça-feira na área de Abu Ghraib, a oeste de Bagdade, cujo alvo foi um veículo pertencente aos grupos armados pró-Irão Hachd al-Chaabi.
O ataque ocorreu num contexto de aumento das tensões regionais, com a guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza. O veículo atingido fazia parte de uma caravana de quatro viaturas.
Nos últimos dias, grupos armados próximos do Irão ameaçaram atacar as forças norte-americanas destacadas no Médio Oriente, devido ao apoio de Washington a Israel na sua guerra contra o Hamas.
A maioria dos ataques contra soldados norte-americanos e contra a coligação internacional no Iraque foi reivindicada por um grupo denominado Resistência Islâmica no Iraque, na plataforma digital Telegram.
Esta terça-feira, esse movimento anunciou que um dos seus combatentes foi morto em combate na batalha contra as forças norte-americanas no Iraque, sem relatar as circunstâncias desta morte, nem especificar se foi morto em Abu Ghraib.
Um funeral realizou-se perto de uma mesquita em Bagdade, na presença de várias centenas de combatentes do Hachd al-Chaabi.
As forças norte-americanas destacadas no Iraque e na Síria foram atacadas pelo menos 61 vezes desde meados de outubro, deixando dezenas de militares americanos com ferimentos ligeiros, segundo oficiais militares norte-americanos.
Em retaliação aos ataques, Washington bombardeou locais na Síria ligados ao Irão.
Os Estados Unidos também impuseram sanções a sete pessoas afiliadas a dois grupos armados iraquianos pró-iranianos.
Washington tem cerca de 900 soldados na Síria e quase 2.500 no Iraque que combatem a organização ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI).