Omid Scobie, o jornalista e co-autor do livro “Finding Freedom” sobre os duques de Sussex, tem um novo livro sobre a família real britânica. “Endgame” mergulha na atual situação da casa real e dos seus membros e, embora chegue ao mercado apenas esta terça-feira, já são conhecidos trechos polémicos. O autor diz que não é amigo de Meghan, não poupa nas críticas aos príncipes de Gales e põe em causa a sobrevivência da monarquia.

“Endgame – Por dentro da luta pela sobrevivência da família real e da monarquia”, da editora Dey Street Books, tem mais de 400 páginas nas quais o autor expõe as suas conclusões depois de falar com antigos funcionários da casa real, cortesãos e amigos de pessoas próximas da família.

No geral, Scobie parece achar que “A Firma” está à beira do colapso, como explicou na entrevista que deu ao jornal britânico The Times, e não poupa ninguém na sua prosa. “Estamos neste momento crucial no tempo onde o futuro da família real como a conhecemos está numa crise”, defendeu. “Essa crise é uma falta de interesse por parte dos jovens, uma apatia, um crescente movimento republicano, questões sobre se a família continua a defender a moral e os valores da coroa que a Rainha manteve tão bem. Mas quando olhamos para este leque de personagens… tem sido questionável”, acrescentou o jornalista.

“Endgame – Por dentro da luta pela sobrevivência da família real e da monarquia”, da autoria de Omid Scobie e da editora Dey Street Books, tem mais de 400 páginas

Os príncipes de Gales não são de todo retratados como príncipes encantados neste livro.  O príncipe William é descrito como estando em “modo herdeiro”. Ao Times, o autor disse que ele é uma pessoa de “cabeça quente” que está “cada vez mais confortável com os truques sujos do palácio e com os cortesãos que os sonham”. Segundo o autor, foi o herdeiro ao trono o responsável por pintar uma imagem do príncipe Harry como “mentalmente frágil”, além de estar envolvido “em muitas das coisas que se dizem do seu próprio irmão”. Scobie defende que no meio onde se move sabe-se que assim é, mas que o assunto é abafado. O autor conta que, no dia da morte da Rainha, o príncipe William ignorou as mensagens do príncipe Harry quando este estava a correr contra o tempo para chegar à Escócia, onde a Rainha acabou por morrer, levando a que este último acabasse por descobrir que a avó tinha morrido quando recebeu o alerta da BBC no telemóvel.

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Kate também é alvo de duras críticas: Omid Scobie descreve-a como alguém que tem medo de fazer o que quer que vá além de sorrir para as fotografias e afirma que tem expectativas especialmente baixas relativamente à futura rainha. “As mais pequenas conquistas que temos visto da princesa de Gales não seriam talvez notadas se fossem de outro membro da família real, mas com a Kate é assim ‘wow!’”, acusou na referida entrevista ao Times. Segundo Scobie, Kate tem “quase zero comunicação” com Meghan desde o final de 2019 e para ela “não há volta atrás, mesmo na relação dela com Harry”.

Omid Scobie revela que, tanto Kate como Meghan terão sido incentivadas a inspirar-se em Diana no que toca ao guarda-roupa para que algum do seu brilho “passasse para elas”, segundo cita o Telegraph. O jornal também destaca que Scobie acredita que Kate copia o estilo de vestir de Meghan e parece dar a entender que o projeto Hold Still de fotografia que a princesa lançou durante a pandemia é “reminiscente” do livro de receitas que Meghan fez depois do incêndio de Grenfell, em 2018.

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Na sua crítica ao livro, o New York Times escreve que a obra se dedica a esclarecer algumas críticas mesquinhas feitas aos Sussex. No que toca aos duques, Scobie escreve que Harry está “pronto para seguir em frente”, segundo disse a um amigo. Já Meghan estará a preparar novidades no campo profissional. Uma fonte citada no livro disse que está a trabalhar em “algo mais acessível… algo enraizado no seu amor aos detalhes, curadoria, bem receber, nos simples prazeres da vida e família”.

Ao Times, Omid Scobie diz que Meghan Markle não contribuiu para este livro e que não são amigos, mas que os têm em comum, o que “definitivamente ajuda a conseguir informação e novos pormenores”. Este novo livro contém pormenores de cartas que o Rei e Meghan terão trocado em 2021, na altura da entrevista dos duques de Sussex a Oprah Winfrey, sobre o tema da cor da pele do primogénito dos duques, que estava para nascer. Segundo o Times, nas cartas privadas é revelada a identidade das duas pessoas envolvidas nesta conversa, mas o autor não pode dizer quem são. Terá havido um entendimento e terá ficado acordado que Harry e Meghan não voltariam a falar do tema nem na sua série da Netflix nem nas memórias do príncipe Harry, escreve o jornal.

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Ainda sobre o Rei, Scobie escreve no seu livro que este fica “com frequência invejoso” da popularidade dos filhos e que classificou o príncipe Harry como “tonto” por fazer a série documental da Netflix. O autor escreve que o Rei é acusado de “inépcia” na forma como lidou com todo o processo dos duques de Sussex, segundo expressões citadas no jornal Telegraph.

Sobre a rainha Camilla, Scobie revela que não tolera conversas com temas como identidade de género ou veganismo e que terá agradecido a Piers Morgan “por defender a Firma” quando ele fez uma publicação no Twitter a chamar Meghan “Princesa Pinóquio” na sequência da duquesa de Sussex falar dos sentimentos suicidas.

Omid Scobie ficou conhecido há cerca de três anos quando foi lançado o livro “Finding Freedom” da sua co-autoria e que era uma espécie de biografia dos duques de Sussex na tumultuosa altura do Megxit. A obra chegou às listas de bestsellers no Reino Unido e nos Estados Unidos.

O nome deste novo livro inspira-se no final de um jogo de xadrez, explica o New York Times. E acrescenta que o autor promete logo no início do livro grandes revelações. “No passado eu, como outros, contive-me na revelação de algumas das mais negras verdades no coração da instituição da monarquia britânica”, cita o jornal norte-americano. “Parte deste livro vai queimar as minhas pontes para sempre. Mas para contar a história toda, não há contenções. Não mais. Estamos no final do jogo [ndr: endgame, em inglês].” No entanto, o jornal acrescenta que os leitores à procura de intriga escaldante, ficarão desapontados.

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