A Rússia falhou esta quarta-feira a reeleição para o órgão de decisão da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), o que levou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a elogiar o “isolamento” de Moscovo no cenário internacional.

Quatro países da Europa de Leste competiam por três lugares no conselho executivo da OPAQ: Rússia e Ucrânia, bem como Polónia e Lituânia.

A Rússia recebeu o menor número de votos, o que significa que, pela primeira vez na história da organização, não terá assento no conselho.

“A OPAQ é uma organização internacional muito respeitável e os terroristas não têm lugar lá”, disse Zelensky, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter), acrescentando que a exclusão da Rússia do conselho executivo daquele organismo foi o “resultado lógico” da sua agressão contra Kiev.

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“O seu papel nos assuntos internacionais continua a diminuir e o seu isolamento continua a crescer”, concluiu o Presidente ucraniano.

A Convenção sobre Armas Químicas entrou em vigor em 1997.

A OPAQ ganhou o Prémio Nobel da Paz em 2013 pelos seus esforços para livrar o mundo das armas químicas e desempenhou um papel fundamental durante a guerra civil síria, conseguindo convencer Damasco a desmantelar o seu arsenal de armas químicas.

Este acordo impediu o antigo Presidente norte-americano Barack Obama de lançar uma ação militar após um ataque químico em Ghouta, nos arredores de Damasco, que ultrapassou a “linha vermelha” então definida.

No entanto, o regime sírio tem sido repetidamente acusado de ataques com armas químicas, acusações que os responsáveis rejeitam.

A Rússia é membro da OPAQ e garantiu que já não possui um arsenal químico militar, mas o país enfrenta pressões para ser mais transparente sobre esta matéria. No ano passado, o diretor da organização, Ahmet Uzumcul, garantiu que a invasão da Ucrânia aumentou a ameaça do uso de armas químicas.

A OPAQ anunciou em julho que todos os arsenais declarados tinham sido “irreversivelmente destruídos”, depois de os Estados Unidos terem anunciado que tinham eliminado os seus últimos arsenais de armas químicas.