O presidente da COP28 considerou esta quinta-feira “histórico” o acordo sobre a entrada em funcionamento do fundo para financiamento de “perdas e danos” resultantes das alterações climática, sublinhando que é uma “conquista única” no primeiro dia da cimeira.
“O facto de termos conseguido concretizar o que foi prometido em Sharm El-Sheikh (onde decorreu a COP27) – ativar e operacionalizar o fundo – é histórico e é uma conquista sem precedentes”, afirmou Sultan Al Jaber.
A entrada em funcionamento do fundo para financiamento de “perdas e danos” resultantes das alterações climáticas foi adotada com aclamação por cerca de 200 países, durante um debate realizado no primeiro dia da 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), que está a decorrer no Dubai, Emirados Árabes Unidos.
Numa conferência de imprensa, que começou com quase duas horas de atraso devido ao debate, o presidente da COP28 considerou que o texto adotado esta quinta-feira é reflexo do “ambiente otimista” da cimeira, cujo “verdadeiro trabalho está apenas a começar”.
Al Jaber sublinhou ainda o compromisso já assumido por vários países no âmbito do fundo de financiamento de “perdas e danos”, para o qual os Emirados Árabes Unidos anunciaram 100 milhões de dólares, valor igual ao anunciado pela Alemanha.
O fundo, que prevê um financiamento de 100 mil milhões de dólares por ano, concretiza o principal resultado da COP27, realizada em 2022 no Egito, em que foi alcançado um acordo de princípio sobre o fundo, sem que tenham sido definidos os contornos exatos.
Também o secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC), Simon Stiell, destacou a “decisão histórica”, num balanço do primeiro dia da COP28, apelando aos líderes mundiais que “usem este impulso para alcançar a resultados verdadeiramente ambiciosos”.
“E quando o caminho parecer mais difícil, apelo às equipas para irem além de posições negociais tradicionais e encontrem soluções e caminhos em frente”, afirmou o responsável.
Apesar do aprovado no debate desta quinta-feira, o texto final sobre o funcionamento do fundo para financiamento de “perdas e danos” resultantes das alterações climática só será aprovado no final da cimeira, previsto para o dia 12 de dezembro.