A Aliança para as Infraestruturas Verdes em África (AGIA, na sigla inglesa) recebeu, no Dubai, uma promessa de financiamento de 175 milhões de dólares (160 milhões de euros), foi anunciado este domingo.
Durante a 28.ª conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas (COP28), que decorre no Dubai, “instituições africanas e globais, juntamente com os governos da Alemanha, França e Japão e filantropos” prometeram essa verba para ajudar a “aumentar rapidamente o financiamento de projetos de infraestruturas transformadores e alinhados com o clima em todo o continente”, anunciou hoje o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
Esta verba permitirá à AGIA a conclusão do primeiro pacote de 500 milhões de dólares (460 milhões de euros) de capital misto, numa parceria entre a Comissão da União Africana, o BAD, a Africa50 e outros parceiros.
O objetivo final é “desbloquear até 10 mil milhões de dólares (9,2 mil milhões de euros) de capital privado para projetos de infraestruturas verdes e para galvanizar a ação global para acelerar a transição justa e equitativa de África para o ‘net zero'(neutralidade carbónica)”, refere o BAD em comunicado.
Na cerimónia de assinatura do acordo, à margem da COP28, a ministra da Cooperação Económica e do Desenvolvimento alemã, Svenja Schulze, disse que a “Alemanha está muito satisfeita por se associar ao lançamento da AGIA”, a quem reconheceu empenho na “aceleração das emissões líquidas zero em África”.
Por seu turno, Tomoyoshi Yahagi, vice-ministro das Finanças do Japão, país que irá doar 10 milhões de dólares (9,2 milhões de euros), apelou para que “outros doadores contribuam para esta importante iniciativa”.
O presidente do BAD, Akinwumi Adesina, apelou para o “financiamento do setor privado em grande escala para fazer face às alterações climáticas e colmatar o enorme défice de infraestruturas em África de uma forma sustentável e resistente ao clima”.
“Trabalhando juntos e juntando os nossos recursos através da AGIA, estamos empenhados em fazer avançar estes esforços”, acrescentou, salientando que a sua instituição pretende fazer uma contribuição de até 40 milhões de dólares (37 milhões de euros).
África, que representa menos de 4% das emissões globais de carbono, tem tentado obter mais financiamento para as alterações climáticas por parte dos países ricos e altamente poluidores, nomeadamente através deste fundo.
No seu último relatório sobre as Perspetivas Económicas Africanas, o BAD estima que o continente necessita de 2,8 biliões de dólares (1,82 biliões de euros) até 2030 para cumprir os compromissos climáticos estabelecidos nas metas nacionais dos países no âmbito do Acordo de Paris de 2015.
No entanto, os fluxos de financiamento climático de África continuam a ser muito baixos, representando 3% do financiamento climático global, e tendem a concentrar-se em operações de pequena escala, fragmentadas e descoordenadas, principalmente em países de rendimento médio.