O realizador, produtor e argumentista norte-americano Norman Lear, autor da série Uma família às direitas, que marcou uma era na televisão nos Estados Unidos, morreu na terça-feira aos 101 anos.
De acordo com a família, Norman Lear morreu durante o sono, em casa, em Los Angeles, no estado da Califórnia.
O jornal New York Times escreveu que Norman Lear provou que, na produção de televisão, “é possível ser atual, divertido e imensamente popular”, enquanto a agência Associated Press lembrou que o produtor “revolucionou o ‘prime time’ na televisão”.
Entre as produções mais conhecidas está a comédia Uma família às direitas, com o casal de personagens Archie Bunker e Edith, que também foi popular em Portugal, transmitida na RTP, além das séries daí derivadas Maude e The Jeffersons, todas dos anos 1970, nas quais Norman Lear abordava questões políticas e sociais, embrulhadas em humor e gargalhadas.
“As suas produções ajudaram a definir o ‘prime time’ da comédia nos anos 1970, lançaram as carreiras de Rob Reiner e Valerie Bertinelli e transformaram os atores de meia-idade Carroll O’Connor, Bea Arthur e Redd Foxx em superestrelas”, escreveu a AP, no obituário.
Além de ter erguido um império de ficção televisiva, com uma fortuna estimada, em 1984, de 225 milhões de dólares (208 milhões de euros), Norman Lear foi ainda um fervoroso democrata liberal, que fundou em 1980 a organização de advocacia sem fins lucrativos People for the American Way.
Entre as várias distinções somadas ao longo da carreira estão a Medalha Nacional das Artes, prémios Grammy, Emmy e Tony, tendo ainda sido, em 1984, um dos primeiros galardoados no passeio da fama da Academia Nacional de Artes Televisivas, enquanto “inovador argumentista que deu mais realismo à televisão”.