A fadista Maria João Quadros morreu sexta-feira aos 73 anos, deixando amigos e artistas consternados, pois “com ela acaba o fado a sério”, como disse à Lusa o escritor e letrista Tiago Torres da Silva. Maria João Quadros estava hospitalizada no seguimento de uma doença prolongada.

Nascida em Moçambique em 1950, Maria João Quadros tem vários discos editados e realizou inúmeros espetáculos, nomeadamente na sua casa de fados em Lisboa, a Casa da Mariquinhas.

A morte da fadista também foi comunicada pela escritora Rita Ferro, prima de Maria João Quadros, numa publicação no Facebook. “Morreu a querida Maria João Quadros, prima e amiga. Toda a gente lhe chamava Feijão. Era fado da cabeça aos pés. De corpo, alma, coração e espírito. Raras as pessoas de quem podemos dizer: era incapaz de maldade. Fará falta profunda a toda a família. Aos irmãos, aos filhos e netos, aos primos, aos colegas.”

Para Tiago Torres da Silva, que concebeu o disco Fado Mulato em que Maria João Quadros interpreta o fado, mas também composições brasileiras, a artista era “a última que levava o fado a sério”. “O fado acaba com ela, muito lamentavelmente”, disse hoje à Lusa, afirmando esperar que o mundo artístico sinta a dimensão desta perda.

Tiago Torres da Silva afirma que Maria João Quadros foi a artista para quem mais escreveu e não lhe poupa epítetos: “A mais generosa, a mais artista, a mais amiga, a mais atenta aos outros, a mais louca, a mais livre”.

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