O Conselho Europeu está “seriamente preocupado” com o aumento de incidentes antissemitas, islamofóbicos, racistas e xenófobos e apelou à rápida implementação das estratégias para combater estes flagelos.

De acordo com as conclusões da última reunião do Conselho de 2023, publicadas durante a tarde desta sexta-feira, os 27 estão “seriamente preocupados com os últimos incidentes alarmantes”.

“O Conselho reitera a sua condenação da maneira mais forte possível de todas as interações de antissemitismo e ódio, intolerância, racismo e xenofobia, incluindo o ódio contra muçulmanos“, acrescentaram os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), depois de uma cimeira de dois dias, em Bruxelas, na qual participou o primeiro-ministro português, António Costa.

Os líderes insistiram na necessidade de implementar o Plano de Ação Antirracista da UE e a estratégia anunciada para combater o antissemitismo, “essencial para a segurança das comunidades judaicas”.

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Apesar de o conflito entre Israel e o movimento islamista Hamas continuar a assolar a Faixa de Gaza e de ser uma preocupação manifestada pela generalidade dos líderes, não houve conclusões nesta cimeira sobre o assunto.

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Em conferência de imprensa, no final da reunião de dois dias, António Costa reconheceu que, no essencial, os Estados-membros estão alinhados, nomeadamente que a condenação pelos atentados do Hamas de 7 de outubro, a necessidade de Israel respeitar a lei humanitária internacional face à situação humanitária desastrosa em Gaza e que o conflito só se resolve avançando concretamente para a solução dos dois Estados.

Mas “havia umas divergências”, pelo que optaram por não incluir na declaração final nada sobre o conflito que tem exacerbado ânimos, em específico, das comunidades judaicas e muçulmanas na Europa.

Depois dos atentados de 7 de outubro, os maiores contra uma população maioritariamente judaica desde a Segunda Guerra Mundial, Israel iniciou uma incursão no enclave palestiniano para resgatar as pessoas sequestradas e retaliar contra o movimento islamista.

Contudo, seguiram-se mais de dois meses de bombardeamentos incessantes, interrompidos apenas por seis dias para levar ajuda humanitária a Gaza.

O apoio inequívoco a Telavive converteu-se, entretanto, em advertências, face à escalada da destruição e tragédia humana na Faixa de Gaza.