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Trubin, o bom feeling que acalma os nervos de Roger (a crónica do Sp. Braga-Benfica)

Este artigo tem mais de 6 meses

Tengstedt marcou cedo, Benfica dominou na 1.ª parte, mas Sp. Braga esteve muito perto do golo na segunda — onde Trubin acabou por tornar-se crucial. Encarnados venceram e são líderes à condição (0-1).

O guarda-redes ucraniano fez várias defesas importantes na ponta final do jogo
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O guarda-redes ucraniano fez várias defesas importantes na ponta final do jogo

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

O guarda-redes ucraniano fez várias defesas importantes na ponta final do jogo

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Quis o destino que a 14.ª jornada da Primeira Liga juntasse um Sp. Braga-Benfica na Pedreira e um Sporting-FC Porto em Alvalade. O que não teve a nada a ver com o destino, somente com vitórias, derrotas e empates, foi que todas as quatro equipas podiam acabar a mesma 14.ª jornada no 1.º lugar do Campeonato ou no 4.º lugar do Campeonato. Em resumo, 24 horas ao mais alto nível em que a matemática do topo da tabela podia agitar na antecâmara do Natal.

Tudo começava este domingo, com a visita do Benfica ao Sp. Braga — ou seja, com a reedição da primeira derrota da temporada dos encarnados em 2022/23, quando caíram com estrondo na Pedreira no primeiro jogo depois do Mundial do Qatar. Os encarnados apareciam no Minho logo depois da vitória contra o RB Salzburgo, que garantiu a repescagem para a Liga Europa e colocou fim a uma série de três vitórias consecutivas, e os minhotos vinham de uma derrota em Nápoles que não deixou de assegurar a mesma repescagem para a segunda competição europeia.

Ficha de jogo

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Sp. Braga-Benfica, 0-1

14.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal de Braga, em Braga

Árbitro: Luís Godinho (AF Évora)

Sp. Braga: Matheus, Víctor Gómez (Vítor Carvalho, 84′), José Fonte (Rony Lopes, 84′), Serdar Saatçi (Niakaté, 55′), Cristián Borja, João Moutinho, Rodrigo Zalazar (André Horta, 33′), Álvaro Djaló (Abel Ruiz, 84′), Ricardo Horta, Bruma, Simon Banza

Suplentes não utilizados: Lukáš Horníček, Joe Mendes, Adrián Marín, Pizzi

Treinador: Artur Jorge

Benfica: Trubin, Fredrik Aursnes, Otamendi, António Silva, Morato, João Neves, Kökçü, Di María (Florentino, 79′), João Mário, Rafa (Gonçalo Guedes, 79′), Tengstedt (Musa, 61′)

Suplentes não utilizados: Samuel Soares, Tomás Araújo, Jurásek, Chiquinho, Tiago Gouveia, Arthur Cabral

Treinador: Roger Schmidt

Golos: Tengstedt (3′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Morato (2′), a Serdar Saatçi (27′), a José Fonte (76′), a Trubin (89′), a Vítor Carvalho (90+4′), a Otamendi (90+5′)

De forma natural, a pressão adicional estava do lado do Benfica. Não só por ter mais um ponto do que o Sp. Braga e poder regressar à liderança isolada do Campeonato, em caso de vitória contra os minhotos e empate em Alvalade, mas principalmente pelas dificuldades recentes no Campeonato. Afinal, passou apenas uma semana desde que os encarnados empataram na Luz com o Farense, desde que Roger Schmidt foi insultado pelos próprios adeptos e desde que Arthur Cabral teve de pedir desculpa por um gesto obsceno nas garagens. O treinador alemão, porém, mantinha um “bom feeling“.

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“Não precisamos de motivação extra. Estamos sempre muito motivados, porque queremos ser campeões. É sempre difícil competir contra Sporting, FC Porto ou Sp. Braga. Estes jogos sãi duelos com adversários diretos, podem ser decisivos. Podemos ganhar pontos ou não. Estes jogos fazem sempre parte do nosso foco, mas estamos na 14.ª jornada. Não estamos no fim da época. Passo a passo, queremos melhor a nossa situação na Liga. Todas as equipas estão muito próximas, nós estamos muito perto e estamos num momento de forma muito bom. Podemos encarar o Sp. Braga com um bom feeling. Estamos otimistas, podemos fazer um jogo muito bom. Se jogarmos bem, temos chances de vencer”, atirou Schmidt na antevisão da partida.

Neste contexto, o treinador encarnado não surpreendia e mantinha o onze habitual, promovendo apenas o regresso à titularidade de António Silva depois de o central ter cumprido castigo na Liga dos Campeões. Ou seja, Tengstedt mantinha-se no ataque e Musa e Arthur Cabral continuavam no banco. Do outro lado, Artur Jorge já contava com Álvaro Djaló, que falhou o jogo da Champions por lesão, e lançava o crónico Simon Banza enquanto referência ofensiva.

O Benfica entrou no jogo praticamente a vencer: na sequência de um contra-ataque letal, João Mário recuperou a bola no meio-campo adversário, abriu em Kökçü no corredor central e o turco deixou Tengstedt praticamente isolado, com o avançado dinamarquês a atirar rasteiro à saída de Matheus (3′). O Sp. Braga procurou responder de imediato, com um pontapé forte de Álvaro Djaló que Trubin defendeu a dois tempos (9′), mas depressa se percebeu que os minhotos teriam alguma dificuldade para criar verdadeiras oportunidades de golo.

O jogo teve uma enorme vertigem até à meia-hora, com ambas as equipas a cometerem alguns erros na saída de bola e a permitirem recuperações em zona elevada. O Benfica mantinha um ascendente claro, não só porque obrigava os minhotos a lateralizar o ataque e anulava Ricardo Horta no corredor central, mas também porque era muito perigoso sempre que acelerava o ataque. O Sp. Braga defendia com as linhas muito subidas e deixava muito espaço nas costas, permitindo a Rafa ativar a velocidade na esquerda e explorar a liberdade de João Mário, Di María e Tengstedt, que causavam o pânico sempre que surgiam no último terço.

Rafa marcou ainda dentro do quarto de hora inicial, com o golo a ser anulado por fora de jogo do avançado português (12′), e Djaló voltou a ficar perto do empate com mais um pontapé que Trubin parou com uma enorme defesa (14′). Di María quase aumentou a vantagem pouco depois, ao acertar na trave (17′), Otamendi desviou para o poste na sequência de um livre (28′) e Rafa atirou ao lado após fugir a Serdar (30′), sendo que os minhotos só conseguiam mesmo assustar através de arrancadas de Djaló e Bruma e com cruzamentos para a área.

Artur Jorge procurou conquistar alguma estabilidade no meio-campo à passagem da meia-hora, trocando Zalazar por André Horta, e o jogo acabou por perder velocidade e disputar-se mais longe das duas balizas. Ricardo Horta ainda quase marcou, ao desviar um remate de Djaló (44′), Tengstedt ficou perto do bis com um pontapé que Matheus defendeu à segunda (45+1′), mas a partida foi mesmo para o intervalo com o Benfica a vencer o Sp. Braga pela margem mínima.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sp. Braga-Benfica:]

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o Benfica poderia ter aumentado desde logo a vantagem, com João Mário a permitir a defesa de Matheus após aparecer na área na sequência de um grande lance de Rafa (47′). Artur Jorge não quis arriscar e não esperou para trocar Serdar por Niakaté, já que o central tinha cartão amarelo, e o Sp. Braga deu a ideia de estar melhor no jogo através de uma oportunidade em que Banza atirou para as mãos de Trubin depois de uma grande combinação com Djaló (57′).

Roger Schmidt fez a primeira substituição à passagem da hora de jogo, trocando um esgotado Tengstedt por Musa, e o Sp. Braga ia crescendo na partida. Os minhotos já passavam muito tempo no meio-campo adversário, apesar de não conseguirem criar muitas oportunidades, e tinham uma presença no corredor central que nunca tiveram na primeira parte — com Ricardo Horta a confirmar isso mesmo ao bater Trubin, ainda que o lance tenha sido anulado por fora de jogo (68′). Do outro lado, o Benfica ia remetendo as investidas ofensivas às transições rápidas e aos contra-ataques.

O treinador encarnado voltou a mexer já dentro do último quarto de hora, trocando Di María e Rafa por Florentino e Gonçalo Guedes para tentar recuperar algum equilíbrio, e Artur Jorge fez all in ao lançar Vítor Carvalho, Rony Lopes e Abel Ruiz. A dupla substituição de Schmidt teve efeito, com o médio a controlar o meio-campo à frente da defesa e o avançado a estender o jogo como há muito já não acontecia, e o Benfica acabou mesmo por conseguir resguardar a vantagem mínima até ao apito final — com Trubin a evitar o golo de Banza com uma enorme defesa já nos descontos (90+4′).

No fim, o Benfica venceu o Sp. Braga na Pedreira e subiu provisoriamente à liderança da Primeira Liga antes do Clássico de Alvalade, tendo agora mais dois pontos do que Sporting e FC Porto. Num dia em que Tengstedt foi crucial, em que Rafa e João Mário estiveram muito bem na primeira parte e em que os encarnados foram forçados a defender a vantagem na segunda, Trubin acabou por ser o guardião da vitória. O verdadeiro bom feeling que acalma os nervos de Roger Schmidt.

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