Os Estados Unidos libertaram esta quarta-feira o empresário colombiano Alex Saab, considerado um aliado próximo do Presidente da Venezuela, em troca da libertação de prisioneiros norte-americanos, avançou a Associated Press. A Casa Branca recusou, para já, comentar o caso.
Uma fonte com conhecimento das negociações revelou à agência de notícias que Saab, que foi detido por branqueamento de capitais, saiu em liberdade e que em troca o Presidente Nicolás Maduro irá soltar 10 cidadãos norte-americanos e um fugitivo, o fornecedor do setor da defesa Leonard Francis, conhecido como “Fat Leonard”, que ainda se encontram detidos nas prisões venezuelanas. Sabe-se também que o acordo inclui a libertação – já efetivada – de 21 presos políticos, incluindo sindicalistas e opositores.
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Entre os libertados norte-americanos, encontram-se dois antigos militares, Luke Denman e Airan Berry, que estiveram envolvidos numa tentativa de destituição de Maduro em 2019. Para além disso, encontram-se detidos três homens que foram acusados de entrar ilegalmente na Colômbia e Savoi Wright, um empresário da Califórnia.
Na semana passada, foram arquivados dois registos que estavam registados no processo criminal contra Alex Saab, há muito parado no tribunal federal de Miami. Segundo a Associated Press, este dado já indicava um possível acordo de bastidores.
Segundo a mesma fonte, esta é, provavelmente, a maior libertação de prisioneiros norte-americanos desde outubro de 2022, altura em que foram libertados sete cidadãos dos EUA. Esta é a mais recente tentativa de Washington melhorar as relações com Caracas e recuperar os norte-americanos que se encontram presos.
O acordo não deverá ser bem recebido pela oposição da Venezuela, que tem sido bastante crítica com a Casa Branca devido à falta de progressos na luta contra Maduro. De recordar que, em outubro, a administração de Joe Biden, Presidente norte-americano, aliviou as sanções impostas à indústria petrolífera da Venezuela. Em troca, Maduro comprometeu-se a realizar eleições livres e justas em 2024. O prazo para a medida ser implementada já expirou e pouco foi feito no país, com a principal opositora do Presidente, María Corina Machado, a continuar impedida de se candidatar.
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Colombiano nacionalizado venezuelano, Saab foi detido em Cabo Verde quando o seu avião ali fez escala e foi extraditado para os Estados Unidos em junho de 2020, onde é acusado de branqueamento de capitais e lavagem de dinheiro. Caracas sempre descreveu a detenção como ilegal, já que Saab disse que tinha passaporte diplomático.