O líder da IL alertou esta quarta-feira que o modelo da saúde “está perto do colapso“, criticando as “políticas erradas” do Governo e a relação com os profissionais do setor por sobrepor os “interesses políticos” às soluções para os problemas.
“São três áreas fundamentais em que nós, a partir de 10 de março, temos que fazer reformas estruturais: trazer condições aos profissionais, devolver aos portugueses a possibilidade de escolherem os serviços que lhes convêm e restaurar uma relação de confiança entre aquilo que é a gestão política do Ministério da Saúde e os representantes dos médicos”, disse Rui Rocha aos jornalistas no final de uma reunião com os bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, que decorreu em Lisboa.
Reiterando a “preocupação com a situação da saúde em Portugal”, o líder da IL deu como exemplo “a condução política que tem sido feita” pelo Ministério da Saúde.
“O Ministério da Saúde tem as políticas erradas desde logo, mas tem também uma relação errada com os profissionais de saúde, com os seus representantes e que não se baseia numa relação de confiança, mas numa relação em que se sobrepõem os interesses políticos da atual governação àquilo que é a solução dos problemas da área da saúde”, criticou.
A primeira preocupação dos liberais é com o serviço que hoje está a ser disponibilizado aos utentes, no qual há muitas dificuldades, desde logo com urgências fechadas, problemas no acesso à saúde ou falta de médico de família para um milhão e 600 mil portugueses.
“E essa é a primeira área onde a Iniciativa Liberal traz propostas para o futuro do Serviço Nacional de Saúde e do acesso dos portugueses à saúde. Essas propostas passam claramente pelo reconhecimento que o modelo atual está perto do colapso e é, portanto, preciso que os portugueses passem a ter acesso a toda a capacidade instalada que, em função das suas necessidades, possam recorrer a um serviço público, a um serviço privado, a um serviço de saúde social”, defendeu.
Rui Rocha insistiu na ideia que tem sido defendida pelo partido de que têm que ser as pessoas a escolher o “que mais lhes convém em função da sua situação, da sua natureza e dos serviços que têm mais próximo”.
“Também é uma enorme preocupação no que diz respeito à questão dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde”, acrescentou.
De acordo com o líder liberal, nesta reunião com a Ordem dos Médicos foi confirmada a dificuldade, desmotivação e casos de “médicos em diferentes momentos da sua carreira que decidem abandonar o Serviço Nacional de Saúde”.
“E essa é também uma enorme preocupação que tem a ver com questões como remunerações, mas também com as condições de trabalho, com a pressão enorme a que são sujeitos muitas vezes médicos, com serem chamados a desempenhar funções para as quais não estão preparados”, disse.
Questionado sobre o tema da saúde merecerá atenção especial no programa eleitoral que vão apresentar às eleições antecipadas de 10 de março, Rui Rocha adiantou que “será um capítulo de grande desenvolvimento” porque não se pode aceitar a situação atual.
Rui Rocha fez-se acompanhar neste encontro pelo cabeça de lista já anunciado por Lisboa, o deputado Bernardo Blanco, a “número dois” Mariana Leitão e também a deputada Joana Cordeiro que tem os temas da saúde na atual bancada.