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Em pleno inverno, a Rússia voltou a lançar — à semelhança do que tinha feito há um ano — uma vaga de mísseis e drones contra a Ucrânia: foram 158 projéteis, dos dois tipos, naquele que foi o maior ataque por via aérea levado a cabo por Moscovo sobre o território ucraniano desde o início da guerra, há quase dois anos. As defesas aéreas ucranianas (reforçadas com equipamento cedido pelo ocidente) intercetaram a maioria dos mísseis e drones, mas não conseguiram evitar a morte de pelo menos 31 pessoas (em seis cidades) e os ferimentos noutras 160 — números ainda provisórios.
Os ataques começaram ainda de madrugada. Por volta das 3h da manhã (hora da Ucrânia, menos duas em Lisboa), a Rússia lançava dezenas de drones Shahed de fabrico iraniano contra o país vizinho. A seguir, vários aviões de combate e navios dispavam 110 mísseis de cruzeiro. A maioria foi abatida mas os poucos que chegaram aos destinos causaram morte e destruição. “Nunca vimos tantos alvos nos nossos monitores de uma só vez”, admitiu o porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yuriy Ihnat.
Kiev foi especialmente castigada, com várias infraestrutuas atingidas, em diversos bairros. Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas, mas este número ainda é provisório e tem vindo a crescer ao longo do dia, à medida que mais pesssoas são retiradas de debaixo dos escomboros. Na capital, foram atingidos vários prédios, armazéns, um centro de escritórios, uma casa e uma estação de metro.
Em Dnipro, mais a leste, está também confirmada a morte de cinco pessoas, entre as quais uma criança, segundo o governador regional, Serhii Lysak. Vários mísseis atingiram uma maternidade, um centro comercial e um edifício residencial. Há quase 30 feridos. Na cidade de Zaporíjia, mais a sul, e perto da linha da frente, seis pessoas perderam a vida, segundo informação avançada pelo governador da região, Yurii Malashko, no Telegram. Outras 12 ficaram feridas. Foram atingidas várias empresas, uma casa, duas estruturas educacionais, vários edifiícios, um posto de gasolina e um hotel.
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Kharkiv, junto à fronteira russa, foi também um alvo de Moscovo. A cidade, que sempre resistiu à invasão, viu um hospital, uma escola, várias empresas e prédios serem flagelados pelas forças armadas russas, durante cerca de três horas.Segundo o último balanço, feito pelas autoridades militares da região, três pessoas morreram e outras 11 ficaram feridas.
A sul, junto ao mar Negro, há registo da morte de três pessoas, na cidade de Odessa. Outras 15 ficaram feridas. O governador da região, Oleh Kiper, confirmou que as vítimas residiam num dos edifícios residenciais atingidos durante a madrugada. As forças russas atingiram também uma escola, na cidade, sem causar vítimas. A ocidente, uma pessoa morreu em Lviv, quando o prédio em que vivia foi atingido. Várias escolas e um jardim de infância acabaram por ficar danificados. Há registo de mais de 30 feridos.
Logo ao início da manhã, o presidente ucraniano garantia que o “terror russo” não ficaria sem resposta. “Não deixaremos de reagir aos ataques terroristas. E continuaremos a lutar pela segurança de todo o nosso país, de todas as cidades e de todos os cidadãos. O terror russo deve e vai perder”, escrevia Volodymyr Zelensky, na rede social X.
Já o conselheiro presidencial ucraniano Andriy Yermak pedir ao ocidente mais ajuda para enfrentar os ataques russos. “Estamos a fazer tudo o que podemos para reforçar o nosso escudo aéreo. Mas o mundo precisa de ver que precisamos de mais apoio e força para travar este terror”, escrevia o responsável, no Telegram.