O autoproclamado Estado Islâmico, ou Daesh, reivindicou esta quinta-feira o atentado de quarta-feira em Kerman, no sul do Irão, que causou 84 mortes, durante uma homenagem ao general Qasem Soleimani, morto pelos Estados Unidos em 2020. E o grupo islâmico terrorista deixou um sério aviso ao Ocidente, instando a ataques terroristas “nas ruas de Washington, Paris, Londres, Roma”.
Num comunicado divulgado através dos seus canais na rede social Telegram, o Daesh referiu que dois dos seus membros “dirigiram-se para uma grande concentração” de pessoas junto do túmulo de Soleimani em Kerman e “fizeram detonar os cintos com explosivos”.
O Daesh identificou os dois bombistas como Omar al-Mowhid e Saifallah al-Mujaahid, que realizaram o atentado que provocou ainda 284 feridos, 220 dos quais permanecem hospitalizados, segundo as autoridades iranianas, que tinham anteriormente afirmado que os ataques eram “suicidas”.
Inicialmente, o Irão tinha apontado o dedo a Israel, acusando o país — que vê como inimigo — como causador do ataque. No entanto, o New York Times já tinha apurado que os Estados Unidos acreditavam que tinha sido o Daesh a levar a cabo o ataque, o que foi confirmado pelo grupo.
Daesh incita a ataques terroristas contra aliados de Israel
Pouco depois do comunicado a reivindicar a autoria do ataque, o grupo terrorista Daesh instou os seus seguidores a atacarem a Europa, Estados Unidos e “países dos ateus” aliados de Israel para vingar os muçulmanos da Palestina e de outros países do Médio Oriente.
“Que eles saibam que serão responsabilizados pelos seus crimes na Palestina, no Iraque, no Levante e no resto dos países muçulmanos nas ruas de Washington, Paris, Londres, Roma e nos países dos ateus”, afirmou o porta-voz do Daesh, Abu Hazifa al Ansari, numa transmissão áudio nos canais do grupo terrorista.
Numa pouco habitual mensagem de mais de meia hora, o porta-voz pormenorizou que “o conflito” deve centrar-se nos aliados de Israel, incluindo países árabes que mantêm relações com aquele país, em vez do Estado judaico em si.
“No âmbito da nossa fé de que a guerra é com os judeus e os seus aliados em qualquer lado, o Daesh anuncia o envio de todos os seus combatentes, especialmente, e de todos os muçulmanos, em geral, em apoio aos vulneráveis”, acrescentou Al Ansari, argumentando serem seu alvo “os judeus, cristãos e os seus aliados criminosos em qualquer lado debaixo do céu”.
Para a vingança que defende, o Daesh instou à “diversificação dos planos e operações com explosivos, tiros, armas brancas e atropelamentos”, assim como não distinguir entre “ateus civis e militares”, porque os “exércitos judeus e cristãos bombardeiam os países muçulmanos sem diferenciar entre civis e militares”.