Nenhum outro construtor tem os seus resultados trimestrais tão profundamente analisados quanto a Tesla e isto não se fica a dever ao facto de a empresa ser cotada em bolsa – todos os seus concorrentes o são – e, muito menos, à sua capitalização bolsista, que lhe atribui o valor de longe mais elevado e superior mesmo ao dos 10 construtores que a seguem no ranking. A razão de ser desta curiosidade prende-se com a imensa quantidade de fãs e de detractores da marca norte-americana de veículos eléctricos, que torcem para que os seus resultados sejam tão bons (ou tão maus, consoante o caso) quanto possível.
A alimentar o orgulho de uns ou o fel dos outros, o construtor liderado por Elon Musk anunciou que, no 4.º trimestre de 2023, fabricou 494.989 unidades, a esmagadora maioria Model 3 e Y (476.777), uma vez que os Model S, X e Cybertruck se ficaram pelas 18.212 unidades, não se compreendendo o motivo que leva a Tesla a não separar as vendas da pick-up da berlina e do SUV topos de gama. O resultado constitui um novo recorde, que ajudou a marca a superar os objectivos relativos à produção acumulada em 2023, ao atingir 1.845.985 unidades.
Alterações nas fábricas fazem cair produção e vendas na Tesla
No que se refere a novas matrículas, a marca norte-americana entregou e facturou 484.507 unidades, número que é, também ele, o mais elevado jamais conseguido pela marca num conjunto de três meses. O desempenho das linhas de produção de Outubro a Dezembro elevou o número total das vendas em 2023 para 1.808.581 unidades, o que inclui 1,739 milhões de Model 3 e Y e 68.874 unidades de Model S, X e Cybertruck, sendo que a pick-up apenas terá contribuído com umas dezenas de unidades.
O desempenho comercial ficou acima dos 1,8 milhões de veículos que a Tesla apontou como objectivo para 2023 logo no início do ano, o que representa uma evolução de 38% face aos cerca de 1,3 milhões transaccionados em 2022 e mais ainda em relação aos 939 mil veículos vendidos em 2021.
A diferença entre os valores das vendas e os de produção é normal, especialmente para um fabricante que produz nos EUA e na China e exporta para a Europa, uma vez que a expedição por mar tarda diversas semanas que justificam o desvio. Resta agora aguardar pelos resultados financeiros da Tesla, que serão divulgados no final do mês, para se perceber o impacto nos lucros devido às reduções operadas a nível do preço.