A Lua interpõe-se entre o Sol e a Terra a cada 18 meses, bloqueando totalmente a luz solar num ponto do planeta — dá-se um ecplise solar total. Mas os eclipses totais vão um dia deixar de acontecer, devido à deslocação do satélite natural.

De acordo com a ESA, a Lua está a uma distância média de 384,4 mil quilómetros da Terra, e afasta-se do planeta azul a cerca de 3.8 centímetros por ano.

O diâmetro do Sol é cerca de 400 vezes superior ao da Lua, mas a medida coincide com a distância: a estrela encontra-se 400 vezes mais distante da Terra que a Lua. Um eclipse ocorre quando o diâmetro angular, ou seja, a dimensão que um astro toma no céu para quem o observa do nosso planeta, da Lua é equivalente à do Sol. A diferença entre eclipse parcial e eclipse total corresponde à discrepância entre o diâmetro dos dois.

Quando a distância média da Lua aumentar em cerca de 23 mil quilómetros, estará demasiado distante para cobrir o Sol para quem o vê da Terra, impossibilitando um eclipse total.

“3,8 centímetros por ano pode não parecer muito”, afirma Noah Petro, cientista na NASA. “Mas quando se multiplica por uma vida, por milhares ou milhões de anos, torna-se bastante”, explica, citado pelo Washington Post.

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No “grande se” de a velocidade de deslocação da Lua se manter constante, a distância necessária será coberta ao longo de 600 milhões de anos. Mas como o Sol também está a aumentar, é possível que os eclipses totais deixem de ocorrer mais cedo, esclarece Petro.

A rotação da Terra, a órbita e a rotação da Lua estão relacionadas, expõe o físico Richard Olenick, também citado pelo Post. Para compensar pela desaceleração do planeta, a órbita lunar está a tornar-se maior. E conforme se afasta, os dias ficarão maiores.

Os dias na Terra estão mais longos porque a Lua se afasta cada vez mais

Mas não tem de desesperar com o “iminente” fim dos eclipses totais. A 12 de Agosto de 2026, vai ser visível em Portugal um eclipse quase total.

Em 2026, o eclipse será quase total em Portugal