Ram Bahadur Bomjam, conhecido como “Menino Buda” porque os seus apoiantes acreditam que é uma reencarnação desse líder espiritual (cujo nome verdadeiro era Siddharta Gautama), foi detido esta terça-feira no Nepal devido a acusações de violação e abuso sexual.
A polícia nepalesa disse, segundo a agência Reuters, que Ram Bahadur Bomjam foi detido enquanto “tentava fugir, ao pular da janela” de uma casa nos arredores de Katmandu, onde estava escondido. Em comunicado, as autoridades adiantaram ainda que o caso está relacionado com a “exploração sexual de uma menor”, que alegadamente vivia como freira, num dos seus ashrams, sendo que o mandado de captura tinha sido emitido em 2020.
A polícia nepalesa apreendeu mais de 12 telemóveis, cinco computadores portáteis e tablets e mais de 20 mil dólares (não só em moeda nepalesa como estrangeira) nessa casa. As suspeitas que recaem sobre o líder espiritual, de acordo com a CNN, remontam a 2018, quando a suposta freira o acusou publicamente de a ter violado quando era menor. Na altura, responsáveis da Bodhi Shrawan Dharma Sangha, a organização que gere os ashrams de Ram Bahadur Bomjam, negaram as acusações, que classificaram como “completamente inventadas”.
A imprensa internacional nota que a detenção chega quase duas décadas depois de Ram Bahadur Bomjam ter recebido atenção mediática pela primeira vez, quando surgiram notícias de que ia fazer um retiro na selva para orar durante 10 meses. Os seus seguidores rapidamente afirmaram que o fazia sem comer, beber água ou dormir, mas estas informações, indica a CNN, nunca foram verificadas de forma independente.
Ainda assim, foi devido a essas alegações que passou a ser considerado por alguns como a reencarnação de Siddharta Gautama, que nasceu no Nepal há cerca de 2.500 anos e que atualmente é conhecido simplesmente como Buda (nome que significa “o iluminado). O apelido de “Menino Buda” aumentou a sua notoriedade e, segundo a Reuters, levou mais de 100 mil pessoas à selva do Nepal para o verem a meditar debaixo de uma árvore.