Henrique Freitas, antigo governante do PSD e agora militante do Chega, uma das surpresas prometidas por André Ventura, diz que lhe custa ver aquilo em que se transformou o seu antigo partido. “Fui votando e enquanto militante base fui percebendo que o PSD deixou de ser PSD e que eu nunca deixei de ser aquilo que sou”, afirmou, justificando a mudança de partido.

Para o antigo secretário de Estado, “um partido tem que ler a sociedade” e o PSD deixou de o conseguir fazer, alega. “Quem anda de táxi em Lisboa percebe em quem é que os taxistas vão votar”. Aliás, de acordo com Henrique Freitas, estas eleições marcam uma viragem política: “Pela primeira vez, votar no Chega é um voto útil”. Henrique Freitas Critica ainda que o PSD “tenha metido na cabeça que tem de agradar à esquerda para fazer combate político”, recusando coligações e acordos de governação com o Chega.

Em entrevista ao Observador, a partir da 6.ª Convenção Nacional do Chega, que decorre este fim de semana, em Viana do Castelo, revela que começou a ponderar a saída do partido quando o PSD dexiou de mostrar “preocupação pela terceira idade e pelos antigos combatentes”, um “marco e tradição do PSD e que o partido abandonou”. Se o “PSD não fala”, continua Henrique Freitas, a “voz da direita sociológica é a do Chega”. “Não consigo olhar para os atuais dirigentes do PSD e ver essa capacidade de motivação que vejo aqui na Convenção.”

Confessa também que a liderança de Rui Rio “foi o último momento” em que votou no PSD. Agora, o antigo governante afirma que se revê inteiramente no discurso de André Ventura e antecipa que o líder do Chega pode mesmo chegar a primeiro-ministro.

Questionado sobre se escolhe entre Durão Barroso, de quem foi secretário de Estado, e André Ventura, não se compromete. “Quem faz política não tem de estar sempre na ribalta, mas foi-me posto um desafio. Tenho uma relação de amizade com Diogo Pacheco de Amorim e foi a partir da Defesa Nacional e dos antigos combatentes que me aproximei do Chega.”

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