As listas do PS às legislativas de 10 de março não vão contar com o atual ministro do Ambiente, que também recusa fazer parte de um eventual novo governo socialista caso o partido vença as eleições. Duarte Cordeiro prefere não desempenhar nenhum cargo público enquanto não ficarem esclarecidos os casos em que está envolvido, como a Operação Influencer. “Tenho direito ao meu bom nome”, disse ao Expresso.

Segundo o Público noticiou este sábado, numa reunião do secretariado da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL), o qual preside, que decorreu na quinta-feira, Duarte Cordeiro comunicou que não seria candidato a deputado por ter sido envolvido pelo Ministério Público na Operação Influencer. O jornal avança que o ministro do Ambiente sofreu um forte abalo com o acontecimento. O seu ministério foi alvo de buscas durante dois dias e Duarte Cordeiro foi citado nos autos como tendo jantado e participado em reuniões com pessoas detidas, entre elas o administrador da Start Campus.

Daqui em diante, Duarte Cordeiro quer evitar a ribalta política para proteger a sua família, apesar de não ser arguido no caso, ainda de acordo com o Público. O ministro do Ambiente já tinha confidenciado a pessoas próximas não querer voltar a exercer funções executivas na eventualidade de uma vitória do PS nas eleições legislativas, mas agora também se posicionou publicamente contra a ideia de ser deputado.

“Optei por sair de cargos públicos nesta fase. É uma decisão pessoal”, indica ao Expresso, acrescentando: “Sempre gostei de assumir desafios difíceis e exigentes na política e não vejo outra forma de encarar o exercício de cargos públicos de forma plena e livre”. Duarte Cordeiro diz, ainda, que “não tem muita paciência para o ambiente tóxico” que considera que se vive atualmente, pelo que prefere “aguardar serenamente que se esclareça que todos estes casos não me envolvem, antes de voltar a disponibilizar-me para cargos públicos”. E atira: “Tenho a certeza que não serei acusado de nada”.

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Duarte Cordeiro queixa-se do tempo da justiça, que “demora demasiado tempo” e critica a “apatia total” perante a “violação do segredo de justiça”, referindo-se ao caso Tutti Frutti, em que o seu nome foi envolvido nas notícias, embora nunca tenha sido ouvido no âmbito do processo. O ainda ministro defende que deve haver, na justiça, “capacidade de triagem das denúncias”. Agora, indica que vai “abraçar outros desafios profissionais”.

As listas do PS serão fechadas na terça-feira, numa reunião da comissão política nacional. Apesar de não ser candidato a deputado, Duarte Cordeiro aceitou, porém, fazer parte do secretariado do PS. O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, vai, porém, insistir em reverter a decisão do seu número dois, Duarte Cordeiro, de não ser candidato a deputado, de acordo com fontes próximas citadas pelo Público.

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