Os movimentos Referendo pela Habitação e Vida Justa realizam na terça-feira, pelas 19h30, junto à estação do Rossio, em Lisboa, uma “performance” em protesto contra a especulação imobiliária, em antecipação da manifestação pelo direito à habitação, agendada para sábado.
Segundo os organizadores, o objetivo é alertar para a crise de habitação em Portugal, usando a performance de rua como forma de “sátira sobre os especuladores imobiliários“.
“A performance trata de um leilão, onde se estará a leiloar as freguesias de Lisboa, mostrando de forma satírica como Lisboa e o país são uma oportunidade tão boa para quem especula. A performance vai mostrar exatamente como os leilões acontecem, com a venda a quem dá mais”, explicou à Lusa Rita Silva, do Vida Justa.
Rita Silva destacou que serão ainda apresentados cartazes “que não são do ‘idealista’, mas são do ‘surrealista’, com os preços surreais que aparecem”.
A apresentação, que ocorre a uma hora pós-laboral, pretende ser uma antecipação da manifestação da plataforma Casa Para Viver, que decorre no sábado em 19 cidades do país e reúne o apoio de mais de 100 organizações, associações e coletivos.
Manifestação pelo direito à habitação decorre em 19 cidades em 27 de janeiro
Esta manifestação é a terceira marcada pela plataforma, depois de uma primeira em 1 de abril de 2023 e de uma segunda em 30 de setembro.
Agora, no contexto das legislativas agendadas para 10 de março, a plataforma pretende “marcar a campanha eleitoral” e comprometer os candidatos relativamente à habitação, tendo em conta reivindicações que já entregaram aos partidos políticos em junho.
Entre essas propostas constam regular e baixar as rendas e as prestações bancárias, parar os despejos que não têm alternativas de habitação, colocar no mercado imóveis devolutos de grandes proprietários, acabar com os incentivos à especulação imobiliária e aos fundos de investimento imobiliário e terminar com os benefícios para residentes não-habituais.
Em paralelo, defendem um forte investimento em habitação pública e cooperativa.
A manifestação em defesa do direito à habitação agendada para sábado decorrerá em 19 cidades do país: Lisboa, Porto, Setúbal, Braga, Aveiro, Faro, Lagos, Portimão, Albufeira, Leiria, Benavente, Coimbra, Viseu, Funchal, Covilhã, Évora, Beja, Sines e Portalegre.