O secretário de Estado norte-americano reuniu-se, esta terça-feira, com o Presidente da Costa do Marfim, ao qual assegurou a continuação do investimento dos Estados Unidos em várias áreas, salientando a “ligação forte e crescente” com este país africano.
Antony Blinken, que iniciou segunda-feira em Cabo Verde um périplo por vários países africanos, disse, no final do encontro com Alassane Ouattar, que “os Estados Unidos e a Costa do Marfim têm uma ligação forte e crescente” em praticamente todas as áreas, segundo um comunicado difundido pelo Departamento de Estado.
Cabo Verde está esta segunda-feira sob a atenção dos Estados Unidos e da China
“Queremos continuar a investir nos alicerces da prosperidade da Costa do Marfim, na sua saúde, no seu ambiente e no seu futuro”, declarou Blinken, salientando a intenção de investir na “construção de uma grande infraestrutura rodoviária”, no ensino e em novos hospitais para a diminuição da taxa de mortalidade materna e para alcançar o controlo do vírus da imunodeficiência humana (HIV).
Outra das parcerias a ser desenvolvida é na área cibernética e digital, onde as empresas norte-americanas “estão a criar uma rede 5G sem fios para gerir a gestão de emergências de catástrofes, digitalizando os registos e sistemas médicos dos marfinenses, construindo o que será uma instalação de armazenamento de dados neutra em carbono de última geração”, lê-se na nota.
Para Blinken, “isto irá efetivamente colocar as bases mais sólidas possíveis no futuro digital da Costa do Marfim”.
Blinken e Ouattar falaram também sobre parcerias “baseadas em valores partilhados que promovem a democracia e o respeito pelos direitos humanos, reforçam a segurança mútua e apoiam as necessidades humanitárias”, de acordo com o comunicado.
O Presidente costa-marfinense, Alassane Ouattara, declarou, após o encontro, a sua satisfação com a parceria nos “domínios da saúde, da segurança alimentar e da digitalização”.
Salientando a visão conjunta sobre o continente, Ouattara afirmou que esta “sub-região precisa de segurança face aos golpes de Estado em alguns países vizinhos da Costa do Marfim” [como o Mali e o Burkina Faso].
Foi também discutida a conjuntura internacional, nomeadamente a luta contra o terrorismo, a atual crise na Ucrânia e também a situação em Gaza.
“Esperamos que a paz volte em breve para permitir que os palestinianos tenham um território, tal como foi exigido pelas Nações Unidas e por todo o mundo”, referiu o Presidente costa-marfinense.
Blinken referiu que “as vozes africanas estão a moldar” o futuro, pois, “nos próximos anos, uma em cada quatro pessoas neste planeta será de África” e há “cada vez mais países africanos a liderar questões de importância global”.
Depois de Cabo Verde e da República Democrática do Congo, onde esteve na segunda-feira, e da Costa do Marfim (esta terça-feira), Blinken passa pela Nigéria, onde chega esta terça-feira e permanecerá no dia de quarta-feira, e Angola (quinta e sexta-feira), num contexto em que os Estados Unidos procuram marcar posição face a avanços da Rússia e da China no continente.