As forças de segurança senegalesas estão a utilizar gás lacrimogéneo para dispersar uma manifestação diante da Assembleia Nacional em Dacar, que, esta segunda-feira, irá discutir um projeto de alteração constitucional para justificar o adiamento das eleições por seis meses.
A oposição tinha apelado à realização da manifestação, que está agora a ser dispersada pelas forças de segurança, que dispararam duas granadas de gás lacrimogéneo para afastar um grupo de várias dezenas de pessoas que se juntavam.
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Os manifestantes recusaram-se a obedecer às ordens das autoridades e retiraram-se para mais longe, gritando “Macky Sall ditador”, o nome do Presidente senegalês.
O acesso à internet móvel foi cortado esta manhã em Dacar, no contexto da crise política desencadeada pelo anúncio do adiamento das eleições presidenciais de 25 de fevereiro.
Presidente do Senegal adia ‘sine die’ data das eleições presidenciais
Muitos utilizadores em Dacar queixaram-se também de não poder aceder aos dados móveis nos seus telemóveis desde esta manhã.
A decisão anunciada no passado sábado pelo Presidente Macky Sall de adiar as eleições presidenciais, numa decisão inédita desde a independência do país, provocou protestos e uma forte repressão das forças de segurança das primeiras manifestações este domingo no país vizinho da Guiné-Bissau.
O sindicato dos trabalhadores da Sonatel, o principal operador telefónico senegalês, antecipou este domingo a possibilidade de vir a ser ordenado um possível apagão dos dados móveis, afirmando num comunicado que “desaprova qualquer ideia do Estado do Senegal de cortar ou restringir a Internet”.
O governo senegalês tinha já suspendido a internet de dados móveis em junho de 2023, no quadro de fortes tensões populares.