O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) alertou esta segunda-feira para a mudança do tempo no continente a partir de quinta-feira, colocando 15 distritos em aviso amarelo, por causa da chuva, vento e agitação marítima. A culpa é de uma superfície frontal associada à depressão Karllota, que se gerou no Atlântico e que chega a Portugal na madrugada de quinta-feira, arrastando um rio atmosférico. 

Um rio atmosférico no final da semana. E um Carnaval molhado e já com frio

Os distritos em aviso amarelo, o menos grave na escala do IPMA, começam na manhã de quinta-feira no norte, com os ribeirinhos a terem três avisos, de chuva, vento e agitação marítima. Ao longo do dia os avisos vão chegando a distritos do centro e sul.

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Os avisos amarelos (o nível menos grave de uma escala de três) entram em vigor em diferentes horas de quinta-feira: a partir das 09h00 nos distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto, das 12h00 em Aveiro, Coimbra e Leiria, das 15h00 em Lisboa e Setúbal, e das 18h00 em Beja e Faro.

Para quinta-feira mantêm-se outros avisos amarelos, relativos a chuva e vento, quase todos até às 18h00. No caso de Faro, o de vento (com início às 15h00) foi também prolongado até às 24h00.

No total, devido às previsões de chuva, vento e/ou agitação marítima, há 15 distritos sob o nível amarelo nesse dia, em diferentes períodos, podendo a informação ser consultada no site do IPMA.

Os distritos a norte serão os primeiros a ser afetados. Sem qualquer aviso estão Santarém, Portalegre e Évora.

Em comunicado, o IPMA explica que serão emitidos avisos meteorológicos ao longo dos próximos dias e pede às pessoas para acompanharem as atualizações dos avisos e das previsões, “que tendo em conta a distância temporal e a incerteza associada, poderão sofrer alguns ajustes”.

A Karlotta, nome atribuído pelo Aemet, o instituto de meteorologia espanhol, não é uma depressão qualquer, como explica o IPMA. Inclui-se num sistema depressionário complexo, com dois núcleos, que vai evoluindo para apenas um único, que ficará localizado a sudoeste da Irlanda. A tempestade não afetará diretamente o nosso país, mas a frente frontal alargada que lhe estará associada, sim.

Logo na quarta-feira, teremos chuva fraca, em especial nas regiões norte e centro, e intensificação do vento a partir do meio da tarde. Depois, à medida que esta  superfície frontal, que é fria, se aproxima da Península Ibérica, as condições meteorológicas agravam-se. A chuva forte e persistente está prevista para quinta-feira, dia, 8, em especial no Minho e Douro Litoral. O vento pode atingir rajadas até 85 km/h, em especial no litoral norte, e ser muito forte nas terras altas, com rajadas que poderão ultrapassar os 100 km/h.

A Madeira também será afetada pela superfície frontal fria a partir de quinta-feira: prevê-se chuva, por vezes forte, e vento de sudoeste, moderado a forte, com rajadas até 80 km/h, sendo até 100 km/h nas terras altas.

Depois da influência de um anticiclone que trouxe ao continente tempo estável e temperaturas acima da média (com uma onda de calor em regiões do norte e centro), a chuva está de volta nos próximos dias (pelo menos até meio da próxima semana) porque este anticiclone deve enfraquecer, permitindo a aproximação de depressões atlânticas e superfícies frontais associadas.

E se a mudança já se vai notar nesta terça e quarta-feira, com alguma chuva a norte e centro, mas é na quinta que se esperam períodos de chuva muito forte.

Além da chuva e do vento, as temperaturas vão baixar entre 5 a 6ºC, para valores próximos do normal para esta época do ano. A agitação marítima aumenta a partir de quinta-feira, com ondas de quatro a cinco metros, pelo que a costa está toda sob aviso amarelo.

Na sexta-feira a situação é idêntica, podendo haver também trovoadas e queda de neve na Serra da Estrela.

Notícia atualizada às 18h com novo comunicado do IPMA sobre a depressão Karlotta.