O cabeça de lista socialista por Braga, José Luís Carneiro, sugeriu este sábado que há “negociações escondidas” entre a Aliança Democrática e outros partidos, desafiando a coligação a clarificar este fim de semana se viabiliza um Governo do PS.

Em declarações aos jornalistas à chegada ao pavilhão desportivo Francisco de Holanda, em Guimarães, onde vai decorrer um almoço-comício do PS, José Luís Carneiro afirmou que o secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, já demonstrou que “coloca o interesse do país acima dos interesses partidários”, ao comprometer-se a viabilizar um Governo da AD caso não vença as eleições ou não haja maioria de esquerda.

É “aquilo que a AD ainda não foi capaz de fazer, refugiando-se num tabu de estar a aguardar pelos resultados eleitorais. Acho que tem o dever, perante o país, de explicar o que é que faz se o PS não ganhar com maioria absoluta. Foi isso que Pedro Nuno Santos colocou no debate e até agora ainda não teve uma resposta política”, afirmou.

Questionado a quem é que prejudica este tabu, Carneiro respondeu: “Dizem-me que há umas negociações escondidas entre os partidos da AD e outros partidos em relação ao futuro. Mas os portugueses têm o direito de conhecer aquilo que anda a ser negociado nos bastidores”.

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Carneiro sublinhou que “os únicos que não clarificaram a posição foi a AD e era importante que pudessem aproveitar este fim de semana para clarificarem e responderem aos portugueses se colocam em primeiro lugar o país ou os interesses partidários”.

Ventura garante que “não há negociações secretas em curso entre o Chega e o PSD”

O líder do Chega, André Ventura, garantiu que “não existem negociações secretas em curso com o PSD e a AD, numa resposta a José Luís Carneiro, que disse que estariam a decorrer “negociações nos bastidores” entre partidos da direita.

Em declarações na Praia da Areia Branca, na Lourinhã, André Ventura assegurou que “não há nenhuma conversação secreta sobre esta matéria”.

Sobre o futuro pós-eleitoral, o líder do Chega indicou que as sondagens mostram uma “maioria à direita” entre Chega e Aliança Democrática. “Isso significa que tem de se encontrar soluções de governabilidade”.

“A grande questão é como será a distribuição e a construção dessa governabilidade”, assinalou André Ventura, acusando o líder do PSD, Luís Montenegro, de ser “verdadeiramente irresponsável por não dizer o que fará se o PS tiver mais votos”.

Na ótica de André Ventura, esta postura do PSD “prejudica a campanha” e mostra que os sociais-democratas “estão mais perto do PS do que do Chega”. O líder do Chega exemplificou com a corrupção, sublinhando que “quem quer uma mudança ao PS” não terá nenhuma com a AD.

O presidente do Chega enfatizou que deixou claro que o partido “não viabilizará um governo do PS”. Vincando que em 2015 se abriu um novo panorama governativo com a formação da geringonça, André Ventura disse ainda que Luís Montenegro “pode bloquear o processo governativo por ego e egoísmo”.

“Podemos ficar sem governo em Portugal durante semanas ou meses como acontece em outros países”, avisou André Ventura.

(Atualizada às 17h57 com declarações de André Ventura)