Onze dias após anunciar a demissão da liderança da Farfetch, José Neves revela que vai assumir a presidência executiva da fundação sem lucrativos que fundou e que tem o seu nome. O empresário português vai substituir Carlos Oliveira, que deixa a organização que liderou desde o início.

“Anuncio que os destinos e a gestão da Fundação José Neves passam a ser diretamente assumidos por mim e que esta vai continuar a contribuir para transformar Portugal numa sociedade do conhecimento e a desenvolver o potencial humano dos portugueses”, afirma o fundador da Farfetch, citado em comunicado divulgado esta segunda-feira.

De seguida, José Neves reconhece “publicamente o desempenho de Carlos Oliveira”, que foi “fundamental desde o primeiro momento”. “A sua visão e determinação extraordinárias revelaram-se fulcrais para o sucesso da Fundação José Neves e dos programas desenvolvidos”, acrescenta, indicando que a organização é “hoje uma realidade credível e que promove com eficiência a elevação do capital humano em Portugal”.

Por sua vez, Carlos Oliveira destaca que o objetivo da Fundação José Neves é “muito claro desde o início: contribuir para transformar Portugal numa sociedade do conhecimento e desenvolver o potencial humano dos portugueses”. “É com orgulho que vejo que a Fundação José Neves ganhou o seu lugar na sociedade e na vida dos portugueses, com uma visão diferenciada e pragmática”, continua, explicando que deixa a organização por entender que é “tempo de partir para outros desafios e abrir a porta a novos projetos”.

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José Neves demite-se da liderança da Farfetch. Empresa vai avançar com despedimentos

As alterações na liderança da Fundação José Neves são conhecidas cerca de duas semanas depois de o CEO da Farfetch se ter demitido, tendo sido anunciado que os comandos da plataforma de moda de luxo seriam assumidos por Bom Kim, dono da sul-coreana Coupang. José Neves mantém-se como consultor naquele que foi o primeiro unicórnio com ADN português.

Neste momento, a Farfetch encontra-se com ordem para encolher e vai despedir entre 25% e 30% dos funcionários a nível global. Para aqueles que ficarem há uma promessa de um bónus, que, tal como escreveu o Observador, está a gerar dúvidas, principalmente sobre os critérios de atribuição das percentagens a pagar.

“Caos” e ambiente “péssimo”, mas promessa de bónus para quem fica. O dia a dia na Farfetch, “num limbo” e com ordem para encolher